domingo, 21 de fevereiro de 2010

Frustrações

Já é domingo, 6:45 da manhã para ser mais exato. Acabo de chegar em casa. Estava tocando, festa de Enterro dos Ossos. Confesso que poderia estar me sentindo bem melhor, não apenas pelos R$ 100,00 que foram injustamente surrupiados de cada um dos músicos, mas pela situação em si. A verdade é que a banda acabou. Já havia acabado antes de tudo acontecer, apenas o dono não havia percebido ainda. A intenção era, chegar, tocar, receber o que faltava do cachê do carnaval (que pelos cálculos de cada músico seriam mais uns R$ 250,00 para cada) e receber o cachê separado da festa de hoje, uns R$ 50,00, supomos. Mas nossas suposições estavam enganadas. Todos foram realmente pegos de surpresa. "Ele" foi chegando, abriu o maço com notas de 10, 20, 50 e até de 100, e começou a pagar o restante do cachê. "Legal, vou conseguir pagar tudo o que queria", pensei. Ilusão. R$ 200,00 reais para cada músico. "Bom, deve estar faltando mais uns 50 de hoje né. Decerto ele paga depois, separado". Mas não pagou. Foram R$ 100,00 a menos do que esperávamos para cada músico. Fiquei tão abismado com a cara de pau "dele" dizendo que era aquilo e pronto, que nem consegui questionar, não consegui brigar, não consegui xingar. Guardamos as coisas no carro do nosso tecladista e voltamos para o clube. Um grupinho de cinco elementos reunia tecladista, baterista e o trio do sopro. Chamamos "ele" para conversarmos em um canto e simplesmente dissemos que estávamos fora, que provavelmente iríamos para outra banda. O irmão dele, guitarrista, ficou chocado, mas ele é uma boa pessoa. Pelo menos sabia reconhecer quando a banda estava bem, costumava elogiar, agradecer. Enquanto "ele" não sabia o que significava um "obrigado". Quantas vezes escrevemos partituras, arrumamos músicas, demos nosso máximo e nunca ouvimos uma palavra sua em retribuição. Mas frustrações acontecem. É uma  pena ter sido em um domingo de manhã. É uma pena ter ocorrido. Mas é bom, só na prática aprendemos a não ser tão "bonzinhos". Talvez, de agora em diante, eu deixe de ser tão bobo. Talvez...

Jovem Foca