segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Meu clichê de fim de ano

Neste fim de ano, com tantas "retrospectivas" por aí, nada mais justo do que o Eu, Foca também passar pelo momento "nostalgia" que rodeia esses últimos dias de 2010. O ano começou meio parado. As férias da faculdade não me fizeram atualizar o blog com mais frequência. Pelo contrário, postei apenas 6 vezes em 3 meses. Ensaiei bastante. Toquei no carnaval e me frustrei por receber menos do que o combinado (futilidade financeira).

Depois, já durante as aulas, participei de projetos legais, conheci pessoas maravilhosas que marcaram meu ano. Comecei a trabalhar, mas fui demitido antes de completar um mês (precisavam de alguém com conhecimento avançado em Photoshop). Participei mais ativamente no dia a dia da Universidade. Fiz trabalhos que me marcaram e certamente deixei minha marca por aí. Ganhei prêmios. Reconhecimento que me deu certeza de que estou no caminho certo.

Mesmo com o tempo cada vez mais limitado, não desisti da música. Tentei, durante todo o ano, dedicar-me o máximo possível ao saxofone. Após as férias de meio de ano, decidi tornar o blog mais ativo. Voltei a escrever crônicas - algo pelo qual sou apaixonado desde o ensino médio. Fiz posts polêmicos sobre mulheres, outro sobre música. Fui xingado, criticado, esculachado. Li todos os comentários e refleti sobre cada um deles. Até mesmo sobre aqueles que não mantiveram a educação. E no final, conclui que não mudo minha opinião apenas porque algumas pessoas pensam diferente ou não entendem minha ironia.

Criei duas séries no blog e prometi atualizá-las com certa periodicidade, mas já descumpri os prazos. Fiz planos para as férias, mas também não conseguirei cumpri-los. Prometi criar um vlog. Jurei a mim mesmo que escreveria todos os dias. Pensei em produzir podcasts semanais. Mas como de costume, as ideias mil que surgem tornaram-se inviáveis. O motivo? Continuo tentando abraçar o mundo sozinho. Para 2011, alguns planos já em andamento. Em janeiro um deles inicia, mas não posso adiantar nada. Em fevereiro, vou atrás da grande reportagem que planejo há meses para o próximo Unicom.

O trabalho, vai bem, obrigado. Cansativo, como todo trabalho. Ora estressante, ora extremamente estimulante. Faz parte da vida. Parabenizo aquele que estiver sempre feliz com sua rotina. A vida pessoal, cada dia melhor. Conheci pessoas incríveis e tenho orgulho de chamá-las de "amigos". Compartilhei alegrias, gargalhadas, trabalhos, frustrações e discussões com cada um deles. E no final, apenas a tristeza em saber que não verei a maior parte deles durante as férias. Também conheci uma pessoa muito bacana que me fez esquecer a promessa de que não me relacionaria com ninguém por um bom tempo.

E agora? Será que faço promessas neste fim de ano? Mas de que adianta promessas se eu nunca as cumpro? Sei que não adianta prometer que irei emagrecer. Faço isso há anos e... nada. Não vou prometer que serei menos rabugento e inconformado com o mundo. Seria contra os meus princípios. Não posso dizer que atualizarei o blog com cada vez mais frequência. Seria mentira, embora admita que a vontade é essa. Só posso dizer, de fato, que estarei de volta no ano que vem. Que continuarei sendo este inconformado que vos fala, que não tem mais fé na política mas que, no fundo, ainda acredita no ser humano. Que continuarei com minha paixão incontrolável por música, por seriados e por livros. Em janeiro, o Manual do Estagiário e o 10 Livros para salvar do apocalipse voltam. E sem mais delongas, só posso agradecer a todos vocês que estiveram comigo em mais este ano. Que leram, comentaram, riram ou choraram com as postagens. Agradeço por cada segundo que desperdiçaram comigo. E que venha 2011. Grande abraço. Um Feliz Natal e um novo ano cheio de alegrias e realizações. São meus votos - clichês, sim, mas indispensáveis - para este Reveillon.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Hora de dar parabéns

Preciso usar esse espaço aqui no blog para parabenizar uma amiga muito especial. É a @mauralibio que se formou dia 18 em Secretariado Executivo. Só quem esteve com ela nesses últimos meses sabe o quão difícil foi essa batalha e o quanto ela é merecedora de tudo isso. Por isso, abaixo, está o cartão que fiz para presenteá-la nessa data tão marcante. É hora de, mais uma vez, dizer PARABÉNS!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Até quando?

No mesmo dia em que recebemos a notícia de que nossos representantes legais estão em Brasília votando um aumento de sessenta porcento em seus próprios salários, as casas de saúde e hospitais filantrópicos do estado começam a entrar em desespero. Isso porque o tesouro nacional ainda não repassou ao Ministério da Saúde os recursos para custear os gastos do SUS no mês de novembro.

Todo fim de ano é a mesma coisa. Os gastos dos hospitais aumentam por conta do décimo terceiro salário, e a verba que deveria ser repassada pelo estado para a manutenção do SUS sempre vem com atraso. Parece que o mais importante mesmo é elevar para R$ 26 mil o salário de um parlamentar. Investimentos e repasses a hospitais públicos? Pra quê, meu amigo? Afinal, quem tem o poder de votar pelo aumento do próprio salário não depende do sistema público de saúde.

Eu me pergunto, até quando? Até quando os interesses dessa minoria elitista irão superar as necessidades de uma população carente, fragilizada e incapaz de lutar pelos seus direitos? Até quando seremos privados de um sistema de saúde com mais qualidade, simplesmente porque os cofres públicos não querem bancar investimentos que possam melhorar a vida da população? Até quando nossos representantes, aqueles que elegemos e que deveriam estar em Brasília ecoando a nossa voz, lutando por nossos interesses, até quando eles vão olhar apenas para o próprio umbigo e lutar apenas pelo seu próprio benefício? Até quando ficaremos calados enquanto nos fazem de palhaços, diariamente? Até quando você, sim, você mesmo, que está aí lendo ou ouvindo este texto, até quando você fechará os olhos e fingirá que não há nada de errado?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Algumas mudanças

Sei que não passa de mais um clichê barato em meio a tantos outros já escritos e descritos aqui neste blog. Ainda assim, dou-me ao luxo de cair uma vez mais no lugar comum e dizer: os tempos mudaram. E como mudaram. E ainda assim, algumas coisas (alguns pensamentos) continuam exatamente como há meio século. Minha avó, por exemplo, tem até orkut, presenteia os seus com aparelhos eletrônicos, está totalmente hi-tec, mas não consegue aceitar que chamem de namoro um relacionamento em que um dorme na casa do outro. "Isso não é namoro. Vocês estão vivendo juntos", diz ela.

Sim, tudo mudou. Não existiam calcinhas comestíveis na época em que meus avó namoravam. Se você reclama que hoje seus pais não lhe dão liberdade, imagine naquela época. Pense que há uma boa razão para que sua avó prefira sertanejo a rock. Lembre-se que ela já teve sua idade, já viveu muito do que você vive (é provável que com bem menos intensidade). Não a chame de retrógrada. Não fique irritado por seus comentários. Melhor pensar que, em 30 ou 40 anos, você estará na mesma posição em que ela encontra-se hoje. Se há algo imutável, mesmo com o passar dos séculos, é o carinho (e a preocupação) entre avós e netos.

Antes, mulheres não podiam pedir um homem em namoro, tampouco dividir a conta. Hoje, não há regras. O manual de boas maneiras foi rasgado, triturado e queimado dentro da lata de lixo. Não há mais nenhum crime em uma mulher exigir um tratamento igual ao dos homens. O verdadeiro crime da vida contamporânea é tratá-las diferente. Ou pior, tratá-las com indiferença. Porque nada pode irritar mais o sexo "frágil" do que o gelo, o não-estar-nem-aí. Elas precisam ser ouvidas e fazem valer seu direito. Começam a dominar o mercado de trabalho, ganham mais do que você, homem, inútil, imprestável, e agora indefeso. É ela quem dá o presente mais caro no Natal. E é ela quem manda em casa. Mas, pensando bem, sempre foi. É ela quem leva o filho na escola, mas esquece de levar o carango na oficina. Trabalha o dia inteiro e ainda tem tempo de fazer as unhas antes que você chegue cansado e rabugento do trabalho. Sim, tudo é diferente. Mas algumas coisas, meu amigo, algumas coisas nunca mudam. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Manual do Estagiário - Capítulo III

Seu chefe mente

É triste, é desolador, chega a ser cruel. Mas é a pura verdade, caro estagiário. Seu chefe mente. E mente muito. Na verdade, ele mente o tempo inteiro. E o pior: te força a mentir também. As mentiras começam antes mesmo de sua admissão, no meio da entrevista. Diz ele: "Trabalhar aqui na empresa é fantástico, você vai se sentir em casa (até porque, você só vai viver para trabalhar). E os colegas serão como irmãos (você brigará com eles o tempo todo)." Depois de assinado o contrato, começam as mentiras menos veladas.

As primeiras semanas serão de puxa-saquismo, mas basta chegar o primeiro feriadão para tudo mudar.  Primeiro porque, para você, não existe feriadão. Seu chefe estará em Angra dos Reis (com aquela estagiária gostosa em quem você já está gamado) enquanto a turma de estagiários da firma ficará cumprindo hora extra. "Não se preocupem, vocês vão receber por trabalhar no feriado". Ele apenas não conta que o pagamento é em banco de horas que você poderá usar caso precise, em algum dia, por motivo de doença. Mas é lógico que terá de comprovar a doença com atestados de 3 médicos diferentes. No mínimo.

Mas, se serve de consolo, seu chefe não mente apenas para você. Mais do que isso, ele mente para outras pessoas além de estagiários. Ou melhor, ele te faz mentir por ele. Quando liga aquele fornecedor chato, por exemplo. É você quem deve inventar a desculpa, criar viagens para o Uzbequistão ou mortes de parentes distantes. E quando ligam os credores então! Seu trabalho, enquanto estagiário eficiente e disposto a mostrar serviço, é limpar a imagem daquele que paga teu (ínfimo) salário. Sem contar todos os jantares de negócio marcados na agenda dele para enganar a esposa, enquanto ele se esbalda em algum motel de luxo com a gostosa da estag... Bem, você já sabe. E se quer parar de ouvir, ler, viver mentiras, não pergunte sobre o aumento que ele prometeu há 6 meses ou sobre suas férias vencidas. É inútil. E eu avisei. É triste, é desolador, chega a ser cruel. Mas é a mais pura verdade.

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Manual do Estagiário - Capítulo II

Contexto Sócio-político-econômico-cultural

Antes de ler mais dicas de sobrevivência, é importante que o estagiário entenda o contexto em que está inserido. O estagiário é o ser mais amado da empresa. É sério. É lógico que não estou falando do estagiário/pessoa, mas do estagiário/função. Você, enquanto estagiário, não possui significado algum para seus superiores. O que realmente interessa é a função realizada, e não quem a realiza. A verdade é que todo chefe de departamento adoraria ter tantos estagiários quanto possível.

É a lei de mercado a seu favor, caro estagiário. Recebendo a miséria que recebe, você se torna muito mais útil do que aquele funcionário que trabalha há 30 anos na empresa e que está prestes a se aposentar, ir embora e receber todos os seus direitos trabalhistas. Até porque, ao contrário de você, ele possui direitos trabalhistas. Pense bem. Você ficará na empresa por quanto tempo? Dois anos, sendo otimista? Dois anos recebendo metade de um salário mínimo e trabalhando por 3 pessoas.

Mas, se serve de consolo, agora você tem direito a férias. Sim,  finalmente a legislação pensou em você. É claro que, dificilmente você sobreviveria 1 ano inteiro (tempo necessário para se ter direito a férias) trabalhando em um mesmo local. Ainda mais depois de descobrir que aquela estagiária gostosa do RH - em quem você está de olho desde o primeiro dia - está transando com seu chefe. E contenha-se! Não caia em desespero. Não tenha um surto de cólera e agrida seu chefe. Ou, pensando bem, não precisa se conter. Você não perderá seus direitos ao ser demitido por justa causa mesmo. Feche bem o punho e dê um murro no nariz dele. Agarre a estagiária. Mostre que é você quem manda. Depois disso, acorde e volte ao trabalho. E reze para que ninguém tenha te visto cochilando no meio do expediente.


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Jovem Foca