terça-feira, 24 de agosto de 2010

À sombra do próprio egoísmo

Quando criança, em minhas aulas de história, sempre ficava imaginando como seria a vida das pessoas sem luz, sem água encanada, sem televisão. Não conseguia acreditar que uma civilização inteira havia evoluído tomando banho em rios (ou nem tomando) e iluminados apenas pelo fogo. Nada de lâmpadas, tomadas ou protocolos chatos e inexplicáveis quando se reclama a falta de luz. Aliás, solicitar à prestadora desse serviço que venha fazer esse "favor" ao cidadão, e normalizar o fornecimento de energia é o inconveniente mais absurdo dessa tal "modernidade".

Há pouco mais de uma hora, as luzes apagaram-se aqui em casa. O rádio, ligado, parou de se pronunciar repentinamente. E o pior, tudo começou quando o sol já estava dando seu adeus. É claro que, durante a tarde ensolarada, a energia elétrica nunca nos abandona. "Nunca" é exagero, eu sei. Mas todos que estão aqui, lendo esse relato nesse momento, conhecem muito bem a frustração causada pelo escuro. Não por ser escuro, mas pela sensação de limitação e fragilidade que a falta de energia elétrica nos causa. A verdade é que no sentimos acuados, pois não temos o controle.

Mas o que realmente frustra é a má qualidade do serviço. Ficar três ou quatro minutos no telefone, ouvindo uma música chata, esperando por uma atendente que não demonstra o menor entusiasmo ou simpatia e ainda exige que sigamos um protocolo chato (e tudo isso no escuro, é claro), desmotiva. E saber que a estimativa de tempo até o reestabelecimento da luz é de DUAS HORAS, desmotiva ainda mais. Frustra pensar que a tarifa da luz é tão alta e que, mesmo assim, quando precisamos que alguém resolva o problema, a solução vem sobre uma tartaruga.

Ninguém precisa me falar sobre os riscos que os técnicos correm sobre um poste, e o quanto esse trabalho deve ser cuidadoso. Mas eu preciso desse desabafo indignado e que não leva o outro lado em conta, assim como todos os seres humanos. Ao menos nesse momento, preciso ser arrogante o suficiente para pensar no quanto a demora desse serviço prejudica a minha vida. A minha esperança é que o prazo de duas horas seja cumprido. E espero que o fornecimento de água não dê problemas também. Preocupações que não tinha quando criança. Pequenos detalhes que inexistiam naquela aula de história.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Heranças do musaranho

O pequeno musaranho era meio inconformado. Tá, não era bem o musaranho que existe hoje, mas uma espécie de avô, milhões de anos mais velho. Enfim. Esse pequeno ancestral do musaranho era um inconformado. Não era bem visto pelos companheiros. Para eles estava tudo bem. Viviam em comunidade, alimentavam-se o suficiente para sua sobrevivência. E só. Nada de questionar as desigualdades na distribuição de alimento, nem estabelecer regras de convívio social. Ninguém abria a boca para falar nada. Até porque, nenhum deles sabia falar, ainda. E vem daí a importância do pequeno musaranho inconformado.

Começou quando esse vovô questionador resolveu se perguntar: por que nós não subimos em árvores? Só o solo não era o bastante. Mas é claro que, para todos os outros, o musaranho em questão era apenas um lunático. Afinal, onde já se viu um musaranho subindo em árvores? Mas é claro que ele não desistiu. Decidiu que esse seria seu objetivo de vida. Passou todas as horas possíveis, durante intermináveis dias tentando escalar árvores. Mas o tempo passava, e o pobre musaranho perdia as forças. Seus filhos tomaram então essa responsabilidade. Aquela família começou a ser excluída, mas não davam bola. Queriam realizar o sonho do patriarca, agora falecido. E foi de geração em geração que o sonho perpetuou, até o dia em que um filho nasceu diferente. Sua pequena pata não era inteira, mas dividida, com algo semelhante ao que chamamos hoje de "polegar".

Sim, o primeiro passo para a evolução. O musaranho conseguiu subir em árvores. Mas, e agora, qual seria seu objetivo de vida? A razão de existência daquela família era apenas realizar o sonho maluco de seu avô. Mas agora, nada mais fazia sentido. Então, alguns resolveram acomodar-se, já que dominar o solo e os galhos das árvores já era o suficiente. Mas outros poucos seguiram aquele mesmo espírito inquieto do vovô musaranho, e perceberam que poderiam ir muito mais longe. Ensaiaram então os primeiros passos sobre duas patas.

Com as patas dianteiras livres, e principalmente, com polegares nas patas dianteiras, começaram a construir instrumentos rudimentares, usados para conseguir alimento. Os musaranhos, agora, já não se pareciam em nada com aquele pequeno ratinho de 10 centímetros do início da história. Cresceram, adquiriram habilidades, criaram polegares, tornaram-se bípedes e seu cérebro estava em plena evolução. A mudança de postura (e alguns outros fatores explicados cientificamente) contribuíram para que a laringe se dilatasse. A boca agora estava livre, já que não era mas usada para carregar o alimento. Estava pronta para adquirir outras funções. O hemisfério esquerdo do cérebro estava cada vez mais independente do hemisfério direito.

Assim, a parte do cérebro responsável por nossa capacidade de comunicação estava cada vez mais desenvolvida. A laringe configurava-se como uma concha acústica que abrigava aquilo que hoje chamamos de cordas vocais. E a necessidade de comunicação crescia tanto quanto a capacidade do ser humano de se comunicar. As primeiras palavras foram esboçadas. Os primeiros idiomas tomaram cor. E assim começou a história da comunicação. Tudo porque, certa vez, um pequeno bichinho decidiu subir em uma árvore.


Esse post foi inspirado na aula de Tecnologias da Mídia do dia 19 de agosto. A cadeira é ministrada pelo professor Leonel Ayres, na Universidade de Santa Cruz do Sul.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O que um homem não suporta em um relacionamento

Antes de ler o restante do texto, você deve concordar com os Termos de leitura:

1 - Tenho consciência de que este é um post extremamente machista e não manifestarei qualquer opinião contrária à do autor.
2 - Prometo deixar um comentário caso considere o texto digno de tal feito.
3 - Concordo com os Termos de leitura e aceito ler a crônica sem jamais processar o autor do blog por qualquer possível ofensa quanto à minha sexualidade, posição política ou religião.


Dia desses twittei que estava pensando em um tema para uma nova crônica, aqui mesmo para o blog. Foi quando uma amiga de longa data sugeriu (também via twitter) que escrevesse sobre a arte dos relacionamentos. Confesso que não sou a pessoa mais indicada para escrever sobre isso. Na verdade, não acredito em amores eternos nem em paixão à primeira vista. Não mais.

Mas posso escrever sobre atitudes femininas insuportáveis. E acreditem, muitas de suas atitudes são insuportáveis. Afinal, colocar a culpa de seu mau humor (diariamente) na TPM, fazer cenas de ciúmes pelo simples fato de uma colega simpática (e gostosa) cumprimentar ou mandar escolher entre o namoro e o futebol com os amigos, não podem ser consideradas atitudes maduras. Ok, a colega simpática não precisaria usar uma roupa tão curta, nem ser tão simpática. E o futebol com os amigos não precisaria sempre terminar em um bar, cercado por amigos, mas principalmente, por amigas.

Mas, mulheres da minha vida, isso não lhes garante o direito de serem tão mau humoradas! Entendemos que uma vez por mês vocês sintam ódio do mundo. Se eu sangrasse mensalmente, também ficaria muito irritado. Se tivesse que manter as axilas, as pernas e (em muitos casos) a genitália depiladas, também odiaria o mundo. Se tivesse que sentir dores por nove meses, carregando um bebê que me dará dor de cabeça pelo resto da vida, sentiria raiva de todo ser vivo. Mas agora parem e pensem: com tantas coisas na cabeça, problemas, depilação, sangramentos, por que diabos insistem em implicar com a pobre da colega gostosa, digo, simpática?

Homem algum suporta o ciúme doentio da namorada (esposa, peguete, namorida, tanto faz). Não sou eu quem diz isso, mas todos os homens que represento nesse momento. Um homem quer apenas ficar em paz, não discutir relação. Quer jogar futebol e sair pra beber com os amigos, não ficar enfornado dentro de casa assistindo Titanic. E acredite, se ele ficar em casa por obrigação, não vai querer assistir filme algum. Vai, no máximo, querer assistir algum canal de esportes. Ou transar. E tenha certeza, o humor dele estará péssimo. Então, não inventem de fazer cena de carente. Não comecem a reclamar do canal de esportes ou da falta de atenção, sob pena de terminarem a noite sozinhas, chorando em seus lençóis. E o mais importante: nunca, mas nunca mesmo, comecem uma discussão com o namorado por causa de um simples "oi" daquela amiga gostosa.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dia dos solteiros e outras datas sem sentido

Eu deveria estar comemorando o dia dos solteiros nesse momento. Mas, pela falta de oportunidade e de companhia, resolvi escrever. Dia dos solteiros é mais uma dessas datas sem sentido, inventadas para parabenizarmos amigos no MSN, escrevermos algo escroto e grosseiro no twitter e participarmos de novas comunidades do orkut. É uma data que pouquíssima gente saberia que existe, não fosse a Internet.

Aliás, a Internet é a responsável por propagar a maior parte destas datas estranhas. Há alguns dias, por exemplo, tivemos o Lingerie Day, um movimento no twitter para que as moçoilas presentes na rede social trocassem seus avatares (suas imagens de exibição) por fotos com lingeries. Em fevereiro, no dia 28 para ser mais específico, ocorre o Dia do sono, data bastante tentadora por sinal.

Antes que me critiquem, não sou contrário à propagação dessas datas pela Internet, apenas considero muitas delas extremamente inúteis. Uma dessas datas (tão inúteis quanto dar um IPhone à minha avó), que descobri não faz muito tempo, é o dia da amante. Um incentivo à traição ou uma singela homenagem àquela pessoa que destrói, mas que em muitos casos é a salvadora de um relacionamento? Confesso que não parei para pensar a respeito.

Mas não preciso falar apenas das datas pouco difundidas. O dia dos namorados, por exemplo, é uma data sem lógica alguma. No mundo todo o dia dos namorados é comemorado em 14 de fevereiro, uma homenagem a São Valentim, padroeiro dos casais, dos apaixonados. Mas no Brasil, a culpa por ser apenas no dia 12 de junho é de um publicitário (sempre esses publicitários!). Na falta de uma data relevante ao comércio no mês de junho, o publicitário João Dória foi contratado para embalar o comércio paulista. Com o slogan "Não é só com beijos que se prova o amor", Dória conseguiu aquecer o fraco comércio de junho, incentivando a troca de presentes entre namorados.

Tudo bem, talvez eu seja apenas um solteirão, recalcado e pão duro, que não quer gastar no dia dos namorados e não tem com quem comemorar o dia dos solteiros. Mas a verdade é que frustra pensar que existe uma data comemorativa para quase todas as besteiras em que podemos pensar. Bom mesmo era o tempo em que apenas datas de relevância à nossa história mereciam ser lembradas. Homenageávamos apenas quem tinha feito algo digno de ser lembrado. E mesmo as datas comerciais (dia dos pais, das mães, páscoa, natal) valiam mesmo pelo que representavam, e não por serem símbolos de presentes. Hoje, até celebrar um domingo em família virou clichê. E isso não é algo de que sinto orgulho.

domingo, 15 de agosto de 2010

Frustrações dos meus pais, frustrações dos seus filhos

A geração dos meus pais não cresceu na frente de um computador. Alguns vão dizer "tá, e qual a novidade?", mas acreditem, para muitos jovens, é difícil pensar que celular, internet e ipod não faziam parte da lista de natal das crianças que hoje chamamos de pais. Minha mãe não ficava grudada ao celular, no meio da aula, esperando uma mensagem de algum namoradinho. E meu pai não mandava sms para todas suas colegas. Simplesmente porque o celular não estava na mão de cada jovem, como algo banal mas imprescindível à vida.

Meus pais nunca reclamaram porque seus ipods deixaram de funcionar, ou porque a conexão da internet estava ruim. Não em sua juventude. Na verdade, nem sei se eles sabem o que é um ipod. Quando começaram a namorar, o símbolo do que sentiam era uma rosa roubada do jardim da vizinha, presente que meu pai entregava à minha mãe diariamente, e não o simples fato de mudar o status do orkut para "namorando". Até o amor parecia algo humano na juventude de meus pais.

Hoje, somos infelizes se, simplesmente, estamos sem rede no celular. Palavrões são ditos o tempo todo se a internet cai. O status do orkut e as frases do twitter resumem a vida das pessoas. Temos muitos amigos, muito mais do que meus pais tiveram em sua vida inteira, mas não os conhecemos. A vida só existe se puder ser resumida em 140 caracteres. O resto é resto. São frivolidades daqueles velhos e caretas que não são capazes de compreender o quanto nossa é difícil. Eles não entendem o sofrimento de uma frase no twitter, ou a importância de uma declaração no orkut. Falta de romantismo moderno.

Podem defender que isso é a "evolução", não estou nem aí. Quando ouço meus pais falando sobre os atos de romantismo, sobre o quanto era bom estar com os amigos (estar de verdade, e não em convenções de redes sociais), fico com a certeza de que nasci na geração errada. Sou apaixonado por essa tecnologia que facilita nossa vida e nos aproxima das pessoas, mas questiono: que evolução é essa que mecaniza os sentimentos e nos frustra com coisas tão banais? Algumas coisas não podem ser ditas ou sentidas apenas em 140 caracteres.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A vida na sexta-feira 13

Deveria ser um dia normal. Mas não é, e sabemos disso. A sexta-feira 13 é um símbolo popular do azar, mas mais do que isso, é um símbolo das incertezas. Parece besteira, mas muitos deixam de assistir filmes de terror em uma sexta-feira 13. Não é medo, é precaução. Afinal, ninguém acredita em bruxas, monstros, vampiros (vampiros tradicionais, não esses que brilham como fadas), mas que eles existem, existem.

Superstição é a palavra da moda nesse dia. É como se todos assumissem suas dúvidas perante o inexplicável. Ou, para alguns, o momento de demonstrar toda sua bravura, pronunciando palavras enfadonhas diante um espelho, à meia-noite, visitando cemitérios, atravessando portais místicos localizados em baixo de escadas, encarando gatos pretos, sem medo ou receio. Sim, hora de demonstrar ao mundo toda sua ousadia.

Aliás, tudo que fazemos numa sexta-feira 13 parece diferente do comum. É como se fugíssemos da rotina, mesmo que tenhamos um dia rigorosamente igual aos dias anteriores. Mas aquela sensação de que é um dia de azar, um dia em que a superstição está em todos os atos e lugares, nos transforma, e transforma nosso dia. Eu mesmo acordei após um pesadelo. E nunca tenho pesadelos. Exceto hoje.

Todos os dias deveriam ser tratados como uma sexta-feira 13. Com a mesma superstição, a mesma sede por algo diferente. Uma tentativa de fuga da rotina. Talvez as coisas deixassem de ser tão chatas e fossem mais interessantes. Sentir medo, alegria, frustração e esperança em um mesmo dia, todos os dias, não é um crime, mas uma missão. Mostra que vivemos com intensidade. Muito melhor do que simplesmente sentarmos enquanto a vida passa.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O terrível Krukru e a aprendiz de jornalista

E com seus ataques de baixo calão, o Terrível Krukru desfere golpes poderosos nos frágeis aprendizes de jornalista. Com seu olhar superior, consegue visualizar todos os humildes focas, perplexos, sem reação. Mas para compreendermos essa história, vamos voltar na linha do tempo até o dia anterior.

Domingo, dia dos pais. Data terrível para buscar um desconhecido no aeroporto. Mas ele não era tão desconhecido assim. O Terrível Krukru era uma lenda no Fantástico Mundo da Televisão. E para encontrá-lo, enviamos as golfinhas de elite V. e M.. As golfinhas eram simpáticas e tagarelas, mas ao escoltá-lo até a província de "Lá Onde Santa Cruz perdeu as Botas", descobriram que o Terrível Krukru não era nada simpático. As pequenas V. e M. tentavam acalmá-lo, procuravam distraí-lo, mas apenas recebiam golpes e mais golpes da fera indomável. "Quer ir jantar?" perguntaram, humildemente, as pobres golfinhas. "Sabem o que quero! Preciso apenas ficar sozinho, em minha gruta escura e gélida, para assistir ao Fantástico Mundo da Televisão", proferiu Krukru com sua voz de trovão. E esse foi seu golpe derradeiro na primeira batalha. A nova luta seria apenas segunda-feira pela manhã.

A arena estava quase lotada na segunda-feira. Muitos curiosos queriam ver o Terrível Krukru, ídolo da garotada. As golfinhas, nocauteadas no dia anterior, trouxeram reforço. Além de outras golfinhas, focas por todos os lados, prontos para o ataque ao monstro, que ainda estava à espreita, apenas observando o movimento. Ele sabia que era a estrela da batalha, e sabia também como desempenhar tal papel. Além de todos os soldados, os comandantes também estavam presentes. A estrategista, mestra-golfinha, apenas coordenava suas aprendizes. Enquanto isso, os mestres-focas, ou melhor, mestres-raposas, já estavam prontos. A raposa mestra posicionava-se como uma espécie de juíza, enquanto o raposão apenas observava seus focas. Tudo pronto, luzes, som, e o espetáculo começa.

Já em seu primeiro ataque, Krukru mostra sua força. São golpes firmes e certeiros. Com seu estilo de luta, conquista a torcida. Focas e golfinhos unidos, mas sem forças para combaterem o terrível monstro daquela terra tão longínqua. Krukru pede água, e os focas lançam-se numa tentativa desesperada de reação. Em vão. Krukru mantém a guarda e atinge seus oponentes com outro golpe certeiro. O mestre-raposão tenta ajudar seus pupilos, mas é barrado. As regras do jogo são claras, e os mestres não podem se envolver nas batalhas de seus discípulos. Já ao fim da luta, uma aprendiz de jornalista o ataca, desesperadamente. Flashs quase o paralizam. Mas o monstro é mais forte. E com seus ataques de baixo calão, o Terrível Krukru desfere golpes poderosos nos frágeis aprendizes de jornalista. Com seu olhar superior, consegue visualizar todos os humildes focas, perplexos, sem reação. Um golpe final encerra a disputa. Nos contos da vida real, nem sempre há um final feliz.

sábado, 7 de agosto de 2010

Trabalhar em conjunto pode dar certo

Esse trabalho foi desenvolvido pela turma de Elementos da Linguagem Musical, semestre passado. O trabalho foi feito em conjunto por toda a turma. "O Conto do Bilhete" é uma radionovela, divida em 6 capítulos, onde todos da turma trabalharam de alguma forma. É claro que, uns mais, outros menos. Apesar da clara divisão de tarefas, pouquíssimos colaboraram efetivamente para a conclusão da radionovela. Muitos dos responsáveis pela edição nunca apareceram para colaborar. Os efeitos sonoros também estavam incompletos, já que alguns dos responsáveis por sua produção não apareceram. Mesmo assim, com o esforço de alguns e apesar de todas as dificuldades, o trabalho ficou engraçadíssimo. O resultado é a prova de que o trabalho em equipe pode dar certo, mas é muito melho quando toda a equipe se empenha para alcançar um objetivo em comum.











quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando a música é feita por prazer...

Como prometi um post pra hoje, mas não tive muito tempo e inspiração para escrever, mando mais uma da série "Quando a música é feita por prazer", inspirada nas discussões propostas nas aulas de ELM, semestre passado, com o professor Gerson. A gravação agora é de uma versão da música Home, de Chris Daughtry. Mais uma vez eu no sax, Everton Machado no teclado, edição e mixagem de Emanuel Costa. Como já disse em outro post, aqui, o objetivo é apenas expressar-se através do instrumento. Espero que gostem.

domingo, 1 de agosto de 2010

Papai, por que sou colorado?

Quando criança, muitas vezes fiz a pergunta que dá nome a esse texto. É claro que nunca a falei ao meu pai, de fato. Tinha medo de irritá-lo com tal questionamento. Mas confesso que virei colorado apenas por pressão. Na verdade, nasci em uma década de decadência do Internacional. Me intrigava o fato de, meu time do peito, não ganhar um título de relevância  durante minha infância. Mas em um 5 de dezembro do ano de 97 ou 98, não lembro ao certo, meu time foi campeão mundial de futsal. Sim, não era um título no campo. Mas era meu inter. O meu colorado havia ganho o mundo. E a data foi marcante pra mim, por ser exatamente no dia de meu aniversário. A partir daquele momento, passei a compreender o que significava ser colorado para mim.

Nunca fui um fanático. Nunca briguei pelo meu time. Mas sinto um orgulho enorme com cada façanha. E sinto uma mágoa gigantesca em cada fracasso. Chorei pelo quase rebaixamento, quando o Inter foi salvo por um cabeceio do Dunga, contra o Palmeiras se não me engano. Senti raiva em 2005, no jogo roubado contra o Corinthians, em que o árbitro, além de não marcar o pênalti (pênalti claro, por sinal) favorável ao Inter, ainda expulsou o Tinga por simulação. Me emocionei na final da Libertadores contra o São Paulo em 2006, principalmente ao ouvir o grande Pedro Ernesto Denardin ("O Internacional rasga a camisa do São Paulo, pisa nela"). E senti o orgulho de ver meu clube ganhar o mundo (dessa vez nos gramados) contra um time considerado infinitamente superior.

Nessa semana que passou, o Inter venceu o São Paulo em mais uma semifinal de Libertadores. Enquanto termino esse post, o Inter empata o Grenal no Beira-Rio, com time misto. Ao fundo da narração do Pedro Ernesto, ouço o canto da torcida "minha camisa vermelha e a cachaça na mão, o gigante me espera para começar a festa". Nada supera essa energia. Nada pode ser mais emocionante do que essa paixão. E não falo isso por ser colorado. Acredito que esse sentimento pertence à todos aqueles apaixonados por seus clubes. Não importa o estádio, o estado ou as cores da bandeira defendida, a beleza do futebol que realmente encanta é aquela fora das quatro linhas. Aquela que dispensa brigas e discussões. A beleza vem do canto da torcida, da paixão pelo esporte. Não importa que o time não seja o melhor, que não ganhe a Libertadores ou mesmo o clássico contra seu maior rival. A paixão supera tudo isso. Essa é a magia do futebol. E um dia, talvez, os fanáticos entendam que amar um clube não é atear fogo em banheiros químicos, promover pancadaria ou discutir. É apenas amar, algo que não exige ação ou explicação.

Jovem Foca