quarta-feira, 23 de junho de 2010

Videoclipe - Elementos de Linguagem Musical



Trabalho desenvolvido para a disciplina de Elementos de Linguagem Musical, ministrada pelo professor Gerson Rios Leme. O grupo é formado por Anna Porto, Patrícia Fanck, Renan Silva e Yaundé Narciso.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Meu primeiro "Jabá"

Sei que o famoso agrado é visto com maus olhos no mundo do jornalismo. Ainda assim, acredito que em determinadas situações, aceitar um jabá não faz mal a ninguém. Pois hoje o recebi pela primeira vez. Passei a tarde fazendo entrevistas para uma matéria sobre ufologia. Alguns já me disseram que é uma pauta morta, idiota, sem sentido e completamente fantasiosa. Para mim, um assunto intrigante e bastante palpável. Pois bem, passei a tarde no Núcleo de Estudos Ufológicos de Santa Cruz do Sul. Fiz entrevistas, aprendi sobre o assunto, tomei chimarrão. Após a primeira hora de conversa, ouvindo relatos, tentando entender o foco dos estudos, ganhei uma revista. Não apenas uma  revista, mas a única revista da América Latina que trata o assunto de forma séria, segundo meu entrevistado. O Nome da revista é "Ufo" e a edição que recebi de presente é uma edição especial (nº 39), que fala sobre a Ufologia no período do Fascismo e do Nazismo. Agora me expliquem, como uma revista pode ser usada para "comprar" alguém? Como disse no início desse pequeno texto, não acredito que o jabá sempre seja ruim. É claro que, em muitos casos, uma fonte pode ter a intenção de manipular um repórter, ainda mais se este for alguém inexperiente na arte de reportar.  Mas generalizar é bobagem. Talvez, no dia em que me convencerem que existem pautas mortas, eu entenda também que não devo aceitar jabá. Mas convenhamos, esse dia nunca vai chegar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Momento nostalgia

Todos vocês sabem que eu gosto de conversar né. Aliás, tenho um problema sério, pois falo mais do que escuto, e no jornalismo, isso é uma falha grave. Mas deve ser algo que está no sangue e é imutável. Pois hoje, conversando com a amiga e colega Foca, Laura Gomes, relembrei alguns momentos. Pra qualquer um, seriam momentos bobos. Quem, por exemplo, acharia graça em relembrar um elogio à sua primeira redação, que misturava fantasia com realidade, e que a professora elogiou pelo simples fato de ser fruto de muita leitura? Quem guardaria o texto mais sensato e emotivo que já escreveu, e o releria tempos depois pensando, "como fui sincero!"? Quem perderia horas de sua noite contando a frustração de ser um poeta que nunca ninguém leu nem ouviu, simplesmente porque suas poesias são feitas em voz baixa, na hora de dormir, apenas para alimentar o próprio espírito? É, talvez sejam momentos bobos. Mas são meus momentos. São instantes em que me permito sentir emoção, rir, chorar, errar, sem culpa, sem medo, sem críticas. São momentos só meus, mas que compartilho com todos, à medida que sei que cada um tem seu próprio momento. Os detalhes diferem, certamente, mas a emoção é a mesma. A necessidade de falar e principalmente, a necessidade de reviver o passado é a mesma. O futuro não teria sentido não fossem as lembranças de um passado feliz, mesmo que ele não tenha sido tão feliz assim.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Resenha sobre o livro "Hiroshima"

Essa resenha foi desenvolvida para a disciplina de Jornalismo Impresso II.


Dos horrores da 2ª Guerra
Renan Silva*

John Hersey, jornalista e escritor. Além de Hiroshima, é autor também de The Wall, um romance que fala sobre o Gueto de Varsóvia,  o maior gueto judeu no período do holocausto. Trabalhou na Time e Time's Chungking bureau, além de escrever para a Life e The New Yorker. Foi também ganhador do Pulitzer Prize for the Novel em 1945. Faleceu em 1993, na Flórida. Em HiroshimaToshiko Sasaki, o reverendo Kiyoshi Tanimoto, a sra. Hatsuyo Nakamura, o dr. Masakazu Fujii, o padre alemão Wilhelm Kleinsorge e o dr.Terufumi Sasaki são os personagens centrais da história. Dessa forma, todo o relato é desenvolvido a partir de suas lembranças e percepções da tragédia.

A obra foi lançada em 1946 pela The New Yorker. Nasceu em forma de uma matéria que, a princípio, seria exibida em 4 edições separadas, mas os editores da revista resolveram dedicar a edição de 31 de agosto de 1946 inteira para a história contada por Hersey. Mais tarde, a publicação dividida em 4 capítulos se tornou livro. As edições mais recentes são compostas por um capítulo extra, escrito por John Hersey 40 anos após a reportagem original. Assim, o jornalista conta sobre a explosão da bomba atômica em Hiroshima a partir dos depoimentos de 6 personagens e relata, no capítulo mais recente, quais as consequências nas vidas dessas pessoas quarenta anos depois da explosão.

Os relatos começam a partir dos momentos que precederam a explosão na perspectiva dos 6 sobreviventes. Hersey colheu os depoimentos um ano após a bomba atômica arrasar Hiroshima. A história narra em detalhes o que cada um deles fazia até o momento em que viram o grande clarão. Além de contar os fatos, desenvolve também o pensamento, os sentimentos e as emoções dos personagens, além de contextualizar a vida de cada um, suas respectivas profissões e a razão pela qual estavam em determinado local quando a bomba explodiu, além de mostrar a que distância cada um se encontrava do centro da explosão.

Num segundo momento, relata o pânico na cidade. A população ensanguentada, prédios em ruínas e o fogo se alastrando. Famílias procurando pelos seus parentes, os menos feridos tentando ajudar aqueles sem condições de se mover. E em meio ao desespero, as pessoas procuram um lugar seguro. Outros procuram o hospital mais próximo, mas todos estão em ruínas. As chamas se alastram pela cidade e os sobreviventes movem-se para as chamadas “áreas seguras”. Em uma dessas áreas – às margens do rio Kyo - o  padre  Kleinsorge tenta manter a ordem enquanto o reverendo Tanimoto procura salvar o máximo de feridos possível. A sra Nakamura e seus filhos adoeceram ao beber a água contaminada do rio.

Enquanto os três personagens tentam sobreviver na “área segura”, a srta. Toshiko Sasaki é recolhida dos escombros da empresa de fundição em que trabalha, com uma fratura exposta na perna esquerda. O dr.  Masakazu Fujii também sofreu fraturas, na clavícula, e possivelmente nas costelas, incapaz de diagnosticar pela falta de equipamento. Sua clínica, ficava na margem do rio Kyo, próximo a uma ponte que levava o mesmo nome. No momento da explosão, a clínica sucumbiu, levando-o para a água, e preso nos escombros, quase morreu afogado. Enquanto isso, o dr.  Terufumi Sasaki tentava conter os ferimentos daqueles que estavam no hospital da Cruz Vermelha, quando o recinto foi invadido por centenas de outros feridos.

Alguns dias após a tragédia, depois de muito trabalho no resgate aos feridos e esforço extremo dos poucos médicos e enfermeiras sobreviventes, as vítimas da explosão sofreram as consequências silenciosas da bomba. A intoxicação por radiação levou milhares de pessoas à morte nas semanas que seguiram o ataque, e deixaram sequelas em outras milhares. Aos poucos, a cidade foi sendo reconstruída, mas um ano após o fato, a vida dos 6 personagens estava abalada e suas saúdes fragilizadas. No capítulo final, escrito 40 anos depois, Hersey conta como foi a vida dessas 6 pessoas e de que forma a bomba atômica impactou em seus dias para além do momento da explosão.

Não é a toa que Hiroshima é considerada a reportagem mais importante do século XX. A obra de Hersey é um retrato da face mais assustadora da 2ª Guerra: a explosão das bombas atômicas. Sua forma de analisar e contextualizar cada passo de seus personagens reflete um estilo único de um dos repórteres mais brilhantes de todos os tempos. É por isso que sua obra é usada, até hoje, por ativistas na luta contra as armas nucleares. Mais do que  uma narrativa sobre os efeitos devastadores da bomba que atingiu a cidade japonesa, Hersey escreveu um dos maiores clássicos – se não o maior – do gênero
jornalismo-literário.

No que diz respeito à escrita e tradução, tanto o texto original quanto a forma traduzida merecem respeito. A versão em português da obra procura manter o estilo de Hersey, permitindo ao leitor o máximo aproveitamento da história. Quanto à publicação, o espaçamento entre as linhas e a escolha da fonte facilitam o dinamismo da leitura. Entretanto, o tamanho da fonte poderia ser maior. Em alguns momentos, a serifa que deveria ajudar no fluxo de leitura, acaba atrapalhando por apresentar-se pequena demais. Mas nada que destrua o brilhantismo e a excelência da obra-prima de John Hersey.

*Acadêmico do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo na Unisc

Ficha Técnica:
Nome: Hiroshima
Autor: John Hersey
Edição: 2002
Editora:Companhia das Letras
Preço: R$:31,50

Jovem Foca