sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Música e Cinema

Não é preciso dizer que grandes obras cinematográficas não se sustentam apenas com bons roteiros, atores e diretores. A trilha sonora, desde o surgimento do cinema, foi peça chave para a produção de grandes obras. Nos vídeos abaixo estão algumas canções que me marcaram e ajudaram a construir a história do cinema.

O primeiro é o filme "The Man With The Golden Arm"(O Homem do Braço de Ouro), estrelado pelo ilustríssimo Frank Sinatra. A canção é de Elmer Bernstein:


A segunda canção se chama "(I've Had) The Time Of My Life", sucesso do filme "Dirty Dance" (Ritmo Total). O filme recebeu o Oscar e o Globo de Ouro por Melhor Canção Original com essa música. A canção foi composta por Franke Previte, John DeNicola e Donald Markowitz:

Infelizmente não consegui o vídeo da última dança, pois todos que encontrei estavam com a opção "Incorporar" desativada.

A terceira música é "How Deep is Your Love", sucesso da banda Bee Gees no filme "Saturday Night Fever" (Os Embalos de Sábado à Noite), protagonizado por John Travolta na década de 70.


Por fim, "Unchained Melody" composta por Maurice Jarre. A música foi trilha do casal Sam e Molly (Patrick Swayze e Demi Moore), no filme "Ghost" (Ghost - Do outro lado da vida). Era a trilha dos momentos mais marcantes do casal, e levou muitos espectadores às lágrimas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A saga de Jorge - A Entrevista

Sim, Jorge finalmente conseguiu uma oportunidade. A ligação era de uma das muitas agências que ele havia visitado para largar seu tímido currículo. A entrevista era para uma vaga de assessoria de imprensa em uma empresa conhecida em toda a região. O salário era pequeno se comparado à responsabilidade que a vaga exigia, mas para um novato sem grana e louco para trabalhar, era mais do que suficiente.

A dificuldade agora era preparar-se para a entrevista. Queria ter na ponta da língua a resposta para qualquer pergunta possível em uma entrevista de emprego. E ele se dedicou. Pelo menos durante os três dias que distanciaram a ligação da entrevista, Jorge trocou os sites e chats pornôs por livros, estudos sobre economia, política, esporte, cultura, moda, comportamento, medicina, biologia, geografia, história, e aproveitou para reavaliar seu domínio da língua e as regras da reforma ortográfica.

O segundo passo era estar com a melhor aparência possível. Jorge arrumou o cabelo, fez a barba, passou creme para espinhas e uma base para disfarçar as manchas das espinhas estouradas. Mas ele não queria ir de jeans e camiseta em sua primeira (e talvez única) oportunidade. Mas também não tinha grana para alugar um terno. Resolveu pedir emprestado para um amigo. A diferença de altura entre eles era pequena, e tinham praticamente o mesmo porte. Mas, por um infeliz acaso, seu amigo calçava dois números a menos.

Sem tempo para conseguir sapatos maiores, e com medo de se atrasar para seu mais importante compromisso, nosso amigo se veste e sai, sem dar atenção aos sapatos apertados. A entrevista seria na agência, não muito longe da casa de seu amigo. Antes de entrar, Jorge revisa mentalmente cada ponto estudado, formula respostas inteligentes, separa algumas citações de Nietzsche e Schopenhauer para usar na hora certa, causar impacto.

Chega dez minutos mais cedo, para mostrar responsabilidade. Mas ali na sala de espera, repara que há outros estudantes de jornalismo, lendo, parecem concentrados, alguns têm até experiência em redações ou assessorias! E agora, o que fazer? É lógico que não há nenhuma chance, pensa o pobre rapaz. De repente, tudo que havia estudado parece evaporar de seu cérebro. Ele se desespera. A secretária chama todos os candidatos para uma pequena prova antes da entrevista. Mas o que é isso? Uma prova? Mas não seria apenas a entrevista? A secretária explica que a prova tem o intuito de fazer uma primeira filtragem, separando os aptos dos não-aptos para a vaga e avaliando seu nível de conhecimento sobre a profissão.

Os candidatos entram em uma sala de reuniões, não muito grande, mas espaçosa o suficiente para acomodar a todos. Jorge treme ao receber a avaliação. As letras parecem embaralhar-se, as frases não fazem sentido e o desespero aumenta. "Comecem", ordena a secretária, dizendo que o prazo para a entrega é de uma hora. Sim, uma mízera hora! Questões objetivas que não permitem ao inexperiente rapaz demonstrar seu conhecimento sobre Nietzsche, economia mundial, soluções para a corrupção no Brasil ou, quem sabe, sua incrível capacidade crítica em relação a filmes para adultos. Tudo que deve responder é sobre a profissão e a empresa em questão, empresa esta que passou em branco nos estudos do rapaz.

Uma hora passa depressa, principalmente quando precisamos que passe devagar. Quase metade da prova ainda estava em branco quando Jorge foi forçado a entregar seu gabarito. Saindo da sala, outra secretária (a mesma que o atendeu quando levou o currículo e que ligou marcando a entrevista) o vê e o chama. "Você é o Jorge, certo?", pergunta a bela moça, com um sorriso cruel nos lábios. "Sim, sou eu", responde timidamente o rapaz. "Pois você está uma hora atrasado!", retruca a secretária, agora em um tom mais sério. "Não estou não. Eu estava ali na sala fazendo a prova", responde o rapaz. "Não! Aquela prova era para a contratação de um Assessor efetivo, que será contratado pela empresa. A sua vaga é para um estágio em assessoria, na mesma empresa, mas apenas um estágio. E sinto dizer que, devido a seu atraso, dificilmente você ganha essa vaga. Mas não desista, a gente te chama na próxima seleção!" Com o mesmo sorriso cruel de antes, a moça anuncia o próximo candidato para a vaga do estágio. Enquanto isso, Jorge sai da agência. Segue na direção oposta à casa de seu amigo, vagando por aí, sem direção certa, com os sapatos apertados nas mãos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A saga de Jorge

Jorge era estudante de jornalismo. Aliás, um dos muitos estudantes que não desistiu do sonho de trabalhar em regime de semi-escravidão por um salário miserável mesmo após a queda do diploma. Ele também se ofendeu quando nosso querido ministro comparou jornalistas a cozinheiros e babás (meu profundo respeito por essas profissões). E se indignou quando o Arruda fingiu não estar nem aí, sob as vaias da imprensa.

Como todo estudante de jornalismo, ou pelo menos como a maioria, Jorge estava sempre duro. Mesmo antes de encarnar na profissão, já sentia os reflexos da falta de dinheiro. A namorada o largou porque não queria um cara que não podia nem levá-la ao cinema. Foi então que resolveu mudar sua vida. Não, ele não desistiu do jornalismo, nem daqueles ideais solitários que invadem a mente de todo universitário, aquela certeza de que pode mudar o mundo, acabar com a corrupção, socorrer os feridos do Haiti, essas coisas de sempre.

Jorge resolveu procurar um estágio!

Mas como sabemos, entrar no mercado de trabalho, principalmente no mundo do jornalismo (mundo este em que centenas de pessoas disputam uma vaga de salário mínimo como se fosse um bilhete premiado da loteria), não é algo tão simples. São necessários, no mínimo, 3 requisitos. 1 - Se quiser trabalhar em TV (e esse era o sonho de Jorge), tem que ser bonito. E esse, certamente, não era o caso de nosso amigo. Jorge não era bonito e sabia disso, mas ele tinha uma boa locução a seu favor. 2 - Se quiser trabalhar em impresso, tem que ser um leitor assíduo. Outro ponto negativo desse jovem estudante, preguiçoso e sonhador. Ele passava horas de seu dia em frente ao computador, ocupadíssimo com vídeos de humor, resumos de novelas e, acreditem ou não, chats com atrizes pornô. Aliás, a pornografia foi algo que sempre o fascinou. Tanto que alguns de seus trabalhos da universidade eram críticas de filmes pornô. E críticas bem feitas por sinal. Mas ainda assim, isso não representava um grande diferencial para um estudante sem experiência no currículo à procura de uma oportunidade. 3 - Por fim, tem que ter um padrinho, alguém influente ou mesmo um conhecido qualquer que lhe indique e lhe ajude. Mas Jorge era um jovem sem muitos contatos profissionais. Seus conhecimentos e relacionamentos com pessoas mais velhas ou que já estivessem no mercado não passavam de seus colegas e professores.

Dessa forma, as chances de conseguir um emprego, ou melhor, um estágio na área eram reduzidíssimas. Mas para quem tem motivação de continuar em um curso de jornalismo mesmo sabendo que pagam mal, que o diploma não tem mais valor, que faz-se hora extra todo dia e que nunca se recebe por isso, que corre o risco diário de ser furado, de perder a matéria dos sonhos, que nunca vai progredir se não for uma funcionária gostosa ou um bajulador do chefe, que todo jabá que receber será mal visto, que sua vida amorosa e principalmente, sexual, será um desgraça, não porque será rejeitado, mas porque, enquanto trabalha, sua mulher vai ficar com o Ricardão, recebendo todo o afeto (ou seja lá o nome que queiram dar) que o pobre jornalista não tem tempo de conceder, se mesmo assim ele tem coragem de continuar cursando jornalismo, conseguir emprego não passa de mais uma pequena barreira a ser ultrapassada. 

Sendo assim, o corajoso Jorge segue na procura de um estágio, larga currículos (com a fonte em tamanho grande, espaçamento duplo, todas as artimanhas para tentar preencher uma folha A4, algo dificílimo para quem nunca trabalhou nem fez cursos complementares), se inscreve em agências, anota as oportunidades dos classificados. Mas o tempo vai passando. Uma semana desde a difícil decisão, uma decisão sem volta pois começar a trabalhar no jornalismo é algo que vicia. Por piores que sejam os dias de trabalho, é estimulante estar ali. Mas Jorge ainda não sabe o que é isso, porque ninguém quer lhe dar uma chance. Talvez se mandasse em anexo ao currículo uma de suas críticas, pensava. Mas não saía do lugar. Ficava apenas pensando o que poderia fazer para melhorar seu currículo, melhorar suas chances de afundar-se para sempre nesse mar desgastante e compensador (não financeiramente é claro!). Até que seu telefone toca. Do outro lado, uma agência, uma vaga, finalmente uma oportunidade!

Mas será que Jorge vai conseguir seu tão sonhado estágio? Descubra segunda-feira, no próximo post.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

E começa 2010

Quem me conhece sabe da minha paixão pela música, em especial, pelo saxofone. Aliás, o saxofone é o instrumento cujo timbre mais se aproxima da voz humana. Então, gostaria que meu primeiro post do ano fosse um presente aos meus poucos, porém fiéis leitores. Aqui vão 3 vídeos de saxofonistas brasileiros de alto escalão.

O primeiro é Leo Gandelman, aquele que para mim é o melhor saxofonista em atividade no Brasil. Gandelman impressiona primeiramente por sua versatilidade, pois é capaz de tocar com maestria em uma jazz band, uma orquestra ou na gafieira.


O segundo é Milton Guedes, músico consagrado no eixo RJ/SP. Guedes além de ter um som pop incrível no sax alto, canta, assobia e faz improvisos de blues sensacionais na gaita de boca. Sua sonoridade e talento já elevaram seu nome no cenário nacional.


Por último, George. O sax nº1 das igrejas do Brasil.  Para quem tem preconceito quanto a músicos de igreja, esse é o cara.  Além de músico brilhante, a história dele é uma lição. Quando começou, George não tinha dinheiro para pagar um professor, e por isso aprendeu sozinho. Hoje ele é um ícone do sax reconhecido em todo o Brasil por músicos de todos os níveis.

Jovem Foca