quinta-feira, 28 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Todos amam futebol

Foi hoje, no fim da tarde, enquanto aguardava o ônibus para voltar pra casa. De pé na parada, ao lado de duas senhoras com seus 60 ou 70 e poucos anos, ouço a seguinte discussão:

- Não, o Avenida tinha que ganhar pra se classificar. Mas tá só empatando.
- Tá, mas se ele ganha, se classifica?
- Não. Depende do Brasil de Farroupilha e do tal de Juventus lá de Santa Rosa. O Brasil tem que perder, mas esse Juventus não ganhou nenhuma até agora. Tu acha que ganharia agora?
- Não ganha. Mas e esse que tá jogando com o Avenida, como que tá?
- Ah, esse tá classificado, ninguém mais busca. E eles tão empatando. Só por milagre pro Avenida ganhar.
- Pobre Avenida.

Pode ser branco, negro, pardo; baixinho, gordinho ou alto e magro; homem, mulher, homo, bi, trans ou mesmo hermafrodita; criança, adolescente, adulto ou idoso; quem nunca se pegou assistindo um jogo na TV, mesmo sem querer, e torcendo inconscientemente para um dos lados? No discurso, futebol é uma chatice. No dia a dia, o esporte mais popular do país é assunto em jornais, revistas, bares, ou mesmo numa parada de ônibus. Perdom-me a generalização, mas de uma forma ou de outra, todos amam futebol.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Unicom 7 Pecados

Unicom Pronto PDF1                                                                                                   

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por que 16 de fevereiro é o dia do repórter?

Quem é da área da comunicação deve ter ao menos lido algo sobre hoje, 16 de fevereiro, ser o dia do repórter. Dia em homenagem aquele cara que batalha todos os dias para conseguir uma boa reportagem, apurar a informação e levá-la ao público da forma mais clara possível. O cara que espera por horas até que uma fonte possa finalmente dar uma sonora de 2 minutos. Uma espera cansativa mas necessária.

É o cara que, a cada olhar, enxerga algo diferente. Encontra pautas fugindo (ou não) da obviedade e do lugar comum. Repórter é aquele que ganha mal, trabalha muito, recebe ligações no meio da noite com uma denúncia que pode ser capa no fim de semana. Vive estressado mas de bem com a vida. Dorme pouco, mas tem pique para correr o dia inteiro atrás da notícia. E o mais importante: é apaixonado pelo que faz. Não se imagina com a bunda sentada em uma cadeira fazendo assessoria de imprensa, ou, ainda pior, trabalhando em outra área sem relação alguma com comunicação.

Mas afinal, por que 16 de fevereiro é o dia do repórter? Essa é uma pergunta que nem o Google conseguiu responder. Então, resolvi formular algumas teorias.

Teoria 1: "Em 1773 as distinções entre cristãos velhos e cristãos novos são abolidas em Portugal. É igualmente decretada a destruição dos registros cadastrais dos judeus." Todos sabemos que os repórteres são muito religiosos, principalmente quando cai a pauta (eles dizem "Ai Meu Deus!"). Há uma possível relação.

Teoria 2: "Em 1848 nasceu o escritor e jornalista francês Octave Mirbeau. Ele faleceu em 1917, também no dia 16 de fevereiro." Pode ser uma homenagem por sua contribuição enquanto jornalista (que contribuição?).

Teoria 3: "Em 1958 faleceu Benedito Lacerda, flautista, saxofonista, compositor e regente brasileiro." Tá,  não tem ligação alguma com reportagem, mas o cara é (foi) saxofonista, merece meu respeito.

Teoria 4: "Em 1896 foi a primeira publicação da tira Yellow Kid no New York Journal, pioneiro das história em quadrinhos, obra de Richard Fenton Outcault." Pelo menos essa teoria é relacionada a jornal.

Teoria 5: "Em 1933 é fundado o Madureira Atlético Clube, futuro Madureira Esporte Clube." Teoria muito relevante... #NOT.

Se alguém tiver outra teoria ou souber a verdadeira resposta, deixe seu comentário. No mais, só resta parabenizar a todos os profissionais que doam suas vidas para levar informação de qualidade, todos os dias, às casas de milhões de brasileiros. Vocês são os heróis da democracia.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Manual do Estagiário - Capítulo IV

O Estagiário e as Relações Políticas

Se estagiário longe do poder já faz merda, imagina quem trabalha diariamente com os governantes, seja na cidade, estado ou mesmo em nível nacional. A verdade é que o pobre estagiário tem o dom de atrair problemas. É verdade que ele tenta fazer tudo certo, da melhor forma possível. Aquela busca incansável por um elogiozinho que seja. Mas, como já ficou bastante claro nos capítulos anteriores, seu chefe não é muito fã de elogios. A única forma de receber um elogio é se você for uma estagiária gostosa. Nesse caso, com certeza, seu chefe a elogiará. E muito. Dará presentes. Oferecerá caronas. Mas depois que cansar de te comer, vai te deixar de lado, como fez com todas as outras.

Mas a questão agora não é quem seu chefe come ou deixa de comer. O fato é que você, estagiário, em sua ânsia de mostrar-se competente, acaba pecando nos detalhes mais sutis. Já falamos aqui, por exemplo, sobre a importância de não falar besteiras no twitter corporativo. Mas teve um estagiário do STF que esqueceu dessa regra, se descuidou, e fez merda. E ele mexeu logo com o Sarney. Já não bastasse o osso, o senador agora não vai largar o pé do pobre estagiário também.

E quem não se lembra do caso do MEC, quando sua assessoria de comunicação ameaçou, via twitter, os alunos que estavam reclamando da incompetência do sistema na realização do ENEM de 2010? Bem coisa de estagiário mesmo. Pelo que sei, estão procurando novos estagiários até hoje. E não fazer piadas em redes sociais é diferencial.

Mas, quando o assunto é política, estagiário não faz burrada apenas pelo twitter. Bem pelo contrário. Tem cidades por aí em que o governo municipal, por exemplo, tenta inibir os jornais locais. Ferem o direito constitucional do acesso à informação. E o que é mais triste é que essa atitude, logicamente, não parte dos estagiários. Ela vem de cima. Você, estagiário, é apenas o capacho que deve obedecer as ordens que vem de cima. Ou isso, ou manda o chefe pra longe e procura outro emprego que pague a mesma merreca que recebe na prefeitura.

É claro que esse foi apenas um exemplo tolo. Afinal, não existem mais cidades no Brasil em que o coronelismo reina. Aquela história de prefeita esposa de ex-prefeito, agora deputado, que elege o filho vereador e depois deputado também e blá blá blá, não passa de besteira. Vivemos em uma democracia e elegemos nossos governantes de forma sensata. Está certo que, vez ou outra, surge um estagiário da prefeitura em comunidades carentes doando roupas, alimentação e medicamentos."E vê se não faz merda, hein? Não deixa ninguém da oposição te ver por lá", são as palavras que martelam na cabeça do estagiário enquanto ele distribui os "agrados" ao povo. A sirene soa. "Mão pra cima, rapá, mão pra cima." Alguém da oposição viu o estagiário e denunciou pra polícia. Afinal, é véspera de eleição municipal. Ainda assim, o atual governo vence. O estagiário tem mérito nisso, mas fica esquecido na cadeia. E que não espere um elogio. Esse "acaso" faz parte de seu trabalho, e ele não fez mais do que sua obrigação.


Para ler o capítulo anterior, clique aqui.
Para ler o primeiro post da série clique neste link.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Brilha uma nova estrela no céu

O @TODOS_POR_UM foi a fábula mais triste já contada. A história de amor e devoção mais linda jamais escrita. A vida não imita a arte. Pena. Se imitasse, o final dessa história seria diferente. E todos torcemos por isso. Foram meses de torcida, de mobilização, de solidariedade. Semana após semana de procura pela "Medula escondida".

Para quem não conhece a história, @TODOS_POR_UM é o perfil no twitter criado por Thiago Eidt, numa campanha para encontrar uma medula compatível para a esposa, Mariana Cuervo. Em setembro, Thiago iniciou uma mobilização nacional na tentativa de ajudar Mariana. Conseguiu o apoio dos veículos de comunicação locais e regionais. Em outubro, conseguiu um espaço na Rede Globo, no programa Mais Você, no qual Mariana e Thiago conversaram em rede nacional com Ana Maria Braga.

A campanha em busca de um doador para "Mari" mobilizou mais de 15 mil pessoas em todo o estado e até mesmo fora do país. No perfil compartilhado pelo casal no twitter, Mari e Thiago relatavam a luta diária contra a Leucemia. Uma visita à pizzaria ou algumas horas com boa disposição eram motivo de celebração do casal na rede.

Nunca na história uma declaração de amor foi tão marcante, forte e intensa quanto a do casal. Nunca antes a paixão de um homem por sua esposa havia sensibilizado tantos desconhecidos. Cada mensagem de carinho, cada nova declaração, cada mensagem de esperança publicada por Thiago para Mariana, tocava o coração de seus seguidores como se fossem velhos conhecidos de casal, mesmo sem nunca terem os visto.

Hoje pela manhã, Mari partiu. Em seu twitter, ontem a noite, Thiago tentou amenizar a situação (uma tentativa de amenizar a dor). Disse ele: "Mais uma ondinha..parece que Deus tá fazendo uma contra-proposta pra Mari...(desculpe a maneira de falar, mas isso torna menos dura a luta)". Hoje pela manhã, por volta das 10 horas, ele twittou: "A reunião chegou ao fim. A proposta foi muito boa e a Mari decidiu que era hora de ir. Virou anjinho às 7hs da manhã e foi correndo pro céu. Agradecemos a todos pelas orações e a Mari deixa aqui um exemplo de força de vontade, garra, fé e esperança. Agora é com cada um de nós!".

Repito: NUNCA antes a paixão de um homem por sua mulher sensibilizou com tanta força uma cidade inteira. A história de Thiago e Mariana poderia muito bem ser o roteiro de algum filme, a letra de alguma canção. Mas a vida não imita a arte. Caso contrário, o final dessa história certamente seria diferente. Vai em paz, Mariana. Hoje a noite, enquanto aqui as lágrimas ainda rolam, brilha mais uma estrelinha no céu.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Apenas um sonho ruim

Essa noite tive um sonho ruim. Algo que me fez lembrar dos pesadelos da infância. Sonhei que, de alguma forma, matava todas as pessoas que amo e que estão próximas a mim. Sonhei que meu destino seria ficar sozinho. E que a causa dessa solidão estava em minhas próprias atitudes. Lembrei do meu primeiro pesadelo. Nele também estava sozinho. Deitado, aos 6 anos de idade, em um quarto escuro. Uma mão com uma luva preta tentou me asfixiar. Lembro como se fosse hoje do pânico que me tomou. Acordei sem ar, sem chão. Só me restava o medo. E por alguns segundos, a solidão.

Acredito que esse seja um temor que toma conta de todos, ao menos uma vez na vida. Ninguém é auto-confiante o suficiente para dizer que nunca sentiu medo de viver sozinho. Ser condenado a não poder dividir alegrias ou tristezas com alguém. É pra fugir disso que as pessoas se mascaram, tentam parecer diferentes do que são. Medo de que não sejam aceitas no seu âmbito social. Medo de morrerem sozinhas. Mais do que qualquer pesadelo, é a incerteza que amedronta. Sonhar que você estava descendo uma escada até pisar no vazio e acordar pode ser desconfortável. Mas acordar e sentir-se só, pode ter certeza, meu amigo, é muito pior.

Algo que sempre me inquietou nos sonhos foi a forma como eles são construídos. Nunca sabemos exatamente como um sonho começa, como chegamos a determinado lugar. É algo tão inconsciente que construímos cidades que nunca vimos e passeamos por ruas onde nunca estivemos. Um filme que recomendo, não apenas pelo brilhantismo da história ou dos efeitos especiais, mas principalmente pelo modo como demonstra a construção dos sonhos, chama-se "A Origem", lançamento do ano passado e considerado por muitos como o melhor filme de 2010.

O que consola é saber que, ao contrário do filme, sabemos que acordar de um sonho significa realmente voltar para a realidade (ou ao menos para aquilo que chamamos de realidade). É bom acordar e ver que, no quarto ao lado, está minha mãe dormindo tranquila. Ligar o telefone e ver que recebi uma mensagem de "bom dia" da namorada. Perceber que o pior dos temores não se concretizou e que aquele pesadelo que perturbou o sono nada mais é do que isso: apenas um sonho ruim.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O velho táxi branco, os cinco picolés e um corte de cabelo

Gostava do tempo em que chegava na rodoviária de Rio Pardo, depois de 9 ou 10 horas de viagem, e via o velho táxi do Beto nos esperando. Um cena clássica. Aquele Uno branco, estacionado na frente de todos os outros carros, apenas esperando por nós. Pensando bem, não sei se era um Uno. Talvez fosse um Mille, que nada mais é do que o mesmo carro, mas com um nome diferente. O Beto nunca aceitava que pagássemos pela corrida. “Deixa que tua vó paga todas as corridas no fim do mês”, dizia ele. Hoje o Beto tem um corsa (ou algo parecido, nunca fui bom com nomes de carros), ar-condicionado, trava elétrica. E como as visitas a Rio Pardo passaram a ser bem mais frequentes, ele não vai mais me esperar na rodoviária.

Sinto falta do tempo em que se comprava 5 picolés com apenas um real. Da época em que jogar bola no meio da rua era normal. As traves eram feitas com havaianas, milimetricamente posicionadas para que nenhum time tivesse vantagem. Após os jogos, beber refrigerante com os amigos sentado no muro de algum vizinho. Ou comprar sacolé – ainda sinto o sabor do de laranja – e sentar no fio da calçada, falando besteira, reclamando das dificuldades da vida de um adolescente e vendo os carros passarem. Mas nada se compara ao carro de picolé passando pela rua. A gurizada com o dinheirinho contado, moedinhas conquistadas com suor, apenas para comprar 5 picolés – aguados e de qualidade duvidosa. Hoje, a brincadeira custa 50% a mais. “Cinco picolés por apenas um e cinquenta”, grita o auto-falante do carro. Mas não soa tão bem quanto soava na minha adolescência.

Até mesmo ir ao barbeiro já não passa a mesma sensação. A barbearia do Renato era arejada com um ventilador velho, tinha edições da 4 Rodas e da Super Interessante de 3 anos antes. Um rádio de pilha, velho, sempre sintonizado na Rádio Rio Pardo. Ir cortar o cabelo era ter a certeza de pagar 5 reais pelo corte e ver sempre as mesmas máquinas, bastante usadas mas sempre confiáveis. Hoje, até ar-condicionado o Renato colocou no pequeno salão. As máquinas não são tão velhas. Tem até uma que se molda à orelha, para cortar melhor. O corte agora custa 6 reais durante a semana e 7 aos sábados. E o Renato, quem diria, voltou a estudar. Me contou ontem, todo faceiro. As coisas mudam tão rápido, nem dá tempo de acompanhar. Só o velho radinho de pilha da barbearia continua, sempre fiel, mesclando notícias da cidade com as velhas canções do Roberto Carlos. Que bom que ao menos algumas continuam sempre iguais.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Músicas para recordar

Para quem gosta do som dos anos 70 e 80, aqui vai minha contribuição. Abaixo estão dois vídeos, ambos comigo tocando sax. No primeiro, a música executada chama-se Crazy Litlle Thing Called Love, imortalizada pela banda Queen. No segundo, um dos grandes sucessos da banda BeeGees nos anos 70, How Deep Is Your Love.






domingo, 16 de janeiro de 2011

Madri

Encerrei 2010 com a promessa de que atualizaria o blog constantemente e eis que a primeira postagem de 2011 vem apenas no 16º dia do novo ano. A verdade é que procurava algo que me estimulasse a escrever. Não consegui encontrar nenhum tema que me agradasse. Resolvi que postaria algo assim mesmo.

Para começar 2011, pensei em imitar os grandes cronistas e escrever sobre o passado. Recordar alguma história da infância, falar sobre o quanto era divertido ser criança nos anos 90 e o quanto esse conceito foi modificado no novo milênio. Outra ideia que surgiu foi a de escrever sobre os passeios de ônibus entre Santa Cruz do Sul e Sinimbu, ou a escala semanal ate Rio Pardo. Mas o fato é que nenhuma das ideias me deu estímulo suficiente para escrever. Por isso, o primeiro post de 2011 é um vídeo gravado ainda em 2010. Espero que gostem.


Jovem Foca