terça-feira, 31 de março de 2009

Supremo julgará destino do Jornalismo

A obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão será julgada amanhã à tarde, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Após sete anos de espera, o Recurso Extraordinário 511961 receberá a sentença e irá decidir o futuro de profissionais e estudantes da área. O julgamento está previsto para as 14h e será transmitido ao vivo pela TV Justiça.

A discussão teve início em outubro de 2001, quando a juíza substituta Carla Rister, da 16ª Vara Cível da Justiça Federal, em São Paulo, suspendeu a obrigatoriedade do diploma para obtenção do registro profissional. Desde então, inúmeras batalhas foram travadas e a categoria tem lutado para comprovar a constitucionalidade da exigência do diploma. Em nobembro de 2006, algumas decisões de juízes deram ganho de causa a profissionais que trabalhavam em veículos de comunicação sem formação acadêmica para que pudessem exercer a profissão.

O presidente da Federação dos Jornalistas, Sérgio Murilo, acredita que o julgamento do Supremo Tribunal deverá acompanhar a decisão dos tribunais inferiores, favoráveis a manutenção do diploma. Em carta aberta do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) ao STF, o Presidente do FNPJ, Edson Luiz Spenthof, defendeu que a luta pela obrigatoriedade do diploma, é também a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos e das cidadãs brasileiras: “os direitos-irmãos de manifestação do pensamento e de acesso à informação”.

Entretanto, dos 11 ministros que farão parte da corte, 6 já se mostraram, de alguma forma, contra a exigência do diploma. Entre eles está o presidente do Supremo e relator do caso, Gilmar Mendes. Em 2006, Mendes relatou uma medida cautelar que garantia o exercício da profissão para os profissionais sem registro. Mas ainda há tempo para que os ministros possam rever suas posições. Tempo para que o destino de toda uma categoria seja definido. Neste 1º de abril, dia da mentira, espera-se anciosamente que a verdade prevaleça.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A Primeira Coletiva

15:11, sexta-feira. Na redação, apenas eu e as moscas. A temperatura beirava os 30 graus. Meu chefe havia saído e eu estava sozinho no jornal, sem absolutamente nada para fazer. Há algumas vantagens no jornal quinzenal. Alguns dias são terríveis, três matérias para fazer no mesmo dia. Em outros, uma incrível monotonia nos consome.

O telefone toca.

- Alô, Olavo?
-Não, é o Renan. O seu Olavo saiu. Quem fala?
- É o César, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura. É que vai ter uma coletiva agora, as três e meia, super importante. Será que o seu Olavo não pode vir, ou você? Avisa ele pra mim?
- Ahm. Bem, aviso sim. Claro.

E agora? Será que eu ligo, ou corro??

Corri. Apenas tive tempo de pegar minha agenda, o gravador e uma caneta. Cheguei na prefeitura às 15h31min. Essa minha mania de levar tudo ao pé da letra - só haviam 3 jornalistas lá. Fiquei na recepção junto aos outros. Imaginei que seria tudo muito pontual, mas faltando apenas 15 minutos para as 4 da tarde, ainda chegavam alguns colegas.

Foram mais de 20 minutos de atraso quando finalmente fomos convidados a entrar. A conversa foi rápida. Era sobre a Febre Amarela. A cidade seria declarada área de risco, e a prefeita temia a reação da população.

Algumas explicações foram realizadas, alguns questionamentos propostos e enfim encerrou minha primeira coletiva. Esperei os outros se levantarem para não transmitir a imagem de que não aguentava mais estar ali. Saí do gabinete e voltei para a redação. Na verdade, estava praticamente correndo. Precisava pegar minhas coisas no jornal para pegar meu ônibus.

Cheguei na Unisc cansado. Nas costas, uma mochila de roupas. Na mão esquerda outra mochila, com livros. Na direita, meu saxofone. É realmente muita tralha para uma pessoa. Qualquer dia, a polícia me confunde com um muambeiro. E aí, até explicar...

terça-feira, 17 de março de 2009

O último idealista

As aulas de teoria sempre me deram sono. Mas na última sexta-feira, 13 de março, tive meu primeiro confronto ideológico com um professor realmente digno de comentários. É claro que sempre questionei alguns aspectos levantados por professores de outras disciplinas, mas nenhuma discussão havia despertado em mim tanto interesse como a da última sexta.

Acho interessante relatar os fatos para facilitar a compreensão do leitor. A aula era sobre Teoria da Comunicação. Estávamos em um debate sobre um autor e sua visão um tanto quanto pessimista da realidade midiática contemporânea. Um papo legal entre alunos e professora, relatando seus pontos de vista, opiniões e críticas. Tudo muito tranquilo e interessante.

De acordo com a teoria em questão, tudo o que é relatado na televisão é pré-montado. Foi usada então uma comparação. Comparou-se a telenovela à morte do piloto Airton Senna. Na telenovela, tudo é planejado em laboratório, jogos de luz propriamente arranjados, posições de atores pré-estudadas. Segundo a discussão em aula, a morte do piloto também seria apenas um espetáculo televisivo. A preocupação não seria passar a informação sobre o acidente, mas apenas espetacularizar o fato para atingir o telespectador de forma mais eficiente.

Discordei. Será mesmo que esse é o destino do jornalismo? Ou será que sempre foi assim? Temo pensar que não passamos de meros “decoradores” de opinião. Após a aula refleti sobre aquilo que sempre acreditei ser o real jornalismo. Um colega disse que eu devo ser o último idealista, que ainda acredito ser capaz de mudar o mundo. E acredito. Serei mesmo o único?

Foca??

Comentei com alguns amigos sobre o blog, inclusive com meu tio. Vi que ele achou estranho o nome, mas ficou com receio de perguntar. Só então lembrei de algo muito importante: foca é um termo usado exclusivamente no jornalismo. Mas é claro! Nem ele (nem ninguém) tinha a obrigação de saber o significado.

Na ânsia por fazer algo criativo, esqueci de uma regra fundamental do jornalismo. Nós traduzimos o mundo com uma linguagem simples e clara. Dessa forma, usar termos específicos de uma profissão, sem explicá-lo, é um crime gravíssimo. Essa é a razão desse post. Para quem não tem maior contato com a área, vai a tradução: Foca é o jornalista novato, bisonho – ou seja, não experimentado – aquele que ainda pensa em fazer o curso de Jornalismo ou o jovem que está caminhando para essa profissão. Esse é o conceito de foca apresentado por Thaïs de Mendonça Jorge em seu livro “Manual do foca : guia de sobrevivência para jornalistas”.

Aliás, fica aí uma grande dica de leitura. O Manual do foca é um livro imprescindível para aqueles que estão começando. Espero ter eliminado possíveis dúvidas. Agora, jornalistas ou não, entrem e divirtam-se.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pré-estréia

É comum jogadores de futebol serem testados antes da contratação. Da mesma forma, dificilmente a titularidade é conquistada ainda na primeira partida. Pois eu também passei por essa fase de testes. É claro que as circunstâncias são diferentes, mas antes de assumir meu posto, enfrentei minha “pré-estréia”.
No dia em que fui contratado, recebi também o convite de meu chefe para acompanhá-lo na cobertura de uma reunião entre a prefeita e algumas autoridades locais.
A sessão, que dura em média 1h15min, estendeu-se naquele dia por cerca de 2h30min. Enquanto os governantes debatiam, uma espécie de transe coletivo abatia a imprensa local. Ou seria apenas reflexo das noites mal dormidas? Pouco importa agora. Ao menos resisti ao sono. Conquistei, enfim, minha titularidade. Agora, é aprender a levar o jogo. Mas pensando bem, tenho tempo para isso. Melhor deixar essas preocupações para um futuro distante. Até lá, aprendo a lidar com as dificuldades desse tão complexo “Ser Jornalista”.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Boas vindas

Não há muito tempo, iniciei o curso de jornalismo. Confesso que tinha dúvidas quanto ao futuro. Todos sabem o quanto é difícil tomar uma decisão como essa aos 17 anos. Mas dúvidas passam. Com o tempo, descobrimos que tomamos sim a decisão correta. Aprendemos que cometemos muitos erros, mas sem eles, nossa evolução seria incompleta.
Hoje estou iniciando meu trabalho em uma redação e finalmente toda a teoria será posta em prática!

Esse blog é meu modo de compartilhar minhas futuras experiências como
foca com quem se interessar, através de relatos leves e recheados de humor.



Desde já, obrigado pela visita, e sejam todos muito bem-vindos.

Jovem Foca