sexta-feira, 2 de março de 2012

Celito de Grandi e o Boletim de Ocorrência


Desde o início de janeiro, as edições dominicais do jornal Zero Hora nos presenteia com uma coluna especial sobre crimes marcantes do Rio Grande do Sul (ou que envolvem gaúchos). "Boletim de Ocorrência" está sob responsabilidade do jornalista e escritor Celito de Grandi e é uma reconstituição de casos célebres que passaram pela carreira do jornalista.

Para quem não conhece, Celito tem mais de 50 anos de experiência e já trabalhou nos principais veículos de comunicação do Rio Grande do Sul. Ao longo do tempo, entrevistou figuras antológicas como Leonel Brizola, Mário Quintana e Érico Veríssimo. Ele também é reconhecido como um dos mais importantes memorialistas do estado, pela profundidade e intensidade de suas pesquisas, principalmente no que se refere ao cenário político.

Euclides Kliemann
De Grandi também é autor de "Caso Kliemann - A história de uma tragédia", livro que traz a história de um dos mais misteriosos assassinatos do estado. Deputado eleito por Santa Cruz do Sul, Euclides Kliemann morava em Porto Alegre com sua esposa, Margit. Certa noite, ao visitar amigos que moravam próximos à sua residência, preocupou-se com a demora de sua esposa em aparecer, já que ela prometera chegar logo.

Kliemann foi para casa procurar sua esposa. Ao entrar em sua mansão, encontrou o corpo da mulher jogado ao pé da escada. A cabeça estava em pedaços. Durante a investigação, constatou-se que Margit foi atacada no segundo andar, tentou fugir, mas foi perseguida. Golpeada, caiu da escada e morreu a poucos metros da entrada da mansão. Kliemann foi considerado suspeito.

Pouco mais de um ano após o trágico assassinato, o deputado concedia entrevista a uma rádio santa-cruzense quando o estúdio foi invadido por um vereador local, inimigo político de Kliemann. O vereador acusava o deputado pelo assassinato de Margit. Com um tiro à queima-roupa, matou o deputado dentro do estúdio da rádio. E o assassinato da esposa, ainda hoje, não teve solução.

Essa foi a história mais notável do gênero dentre as que Celito cobriu. Mas, ao longo de 50 anos, outros tantos crimes (tão bizarros e assustadores quanto as do caso Kliemann) acabaram esquecidos ou sem solução. E são esses crimes que Boletim de Ocorrência retrata, semanalmente. É uma oportunidade para conhecermos um pouco mais sobre casos que fazem parte da história do Rio Grande do Sul. Mas também, é a chance de não deixar cair no esquecimento algumas tragédias que não devem ser esquecidas.

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