quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O taxista sem nome

Foi na última quinta-feira. Passei o dia em Santa Cruz. De manhã, aula de fotografia, entrega de trabalho. Durante a tarde fiquei na agência experimental de jornalismo, sem ter muito o que fazer. Às 16:30 fomos para a Gazeta, eu, Emo, Fábio e Bruna Mattos, de carona com o professor Demétrio. Após a reunião voltei para a Unisc e fiquei na agência até o momento de ir para o ônibus. Cansado depois de um dia inteiro na universidade, tirei um cochilo. É incrível que passar o dia na Unisc sem fazer nada seja mais cansativo do que voltar para casa e estudar. Mas de qualquer forma, dormi no ônibus. E dormi. E continuei dormindo por, digamos, uns vinte minutos a mais do que deveria. Resultado? Acordei do outro lado da cidade. Quem conhece Lajeado, cidade em que resido durante a semana, sabe muito bem que o shopping é bem distante da prefeitura. Pois bem, moro perto da prefeitura, e o ônibus já estava próximo ao shopping. Mas foi uma pena não ter ninguém para filmar minha cara de assustado quando acordei. O veículo estava simplesmente vazio. Recordo apenas de olhar para trás, em desespero, e ver meu reflexo no vidro da janela. O motorista me deixou em um cruzamento paralelo à uma das avenidas principais. Segui caminhando em linha reta por quinze minutos até encontrar um táxi. O motorista, um senhor com mais de setenta anos, sorridente, atencioso e bom de papo, foi logo puxando conversa. Contei a ele que havia dormido demais no ônibus e ele imediatamente recordou de uma história de sua mocidade. Outra história foi habilmente imendada à primeira, e assim seguiu a viagem. Ao chegarmos, pago os R$9,50 indicados no taxímetro e pergunto seu nome. O simpático senhor, sem pestanejar, me retruca, "eu não tenho nome", sorri e vai embora. 

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Jovem Foca