segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Verdades e temores em uma noite de segunda-feira


Para você que teve preguiça de ir até o site da Seacom (mesmo vendo o link) e perdeu as crônicas sobre as palestras da XV Seacom, aqui vão elas. E amanhã, a crônica inédita sobre a palestra de quinta (crônica que ainda não consegui terminar pela falta de tempo e, principalmente, de horas dormidas - mas isso explico outra hora). Por enquanto, curtam os 3 textos já publicados ou releiam as velharias desse blog

A comida era liberada. O grande problema era a água com gás, distribuída acintosamente pelos garçons. Sim, odeio água com gás. Mas enquanto o povo comia, bebia e aplaudia os premiados no Intercom e no SET Universitário, anunciados pela voz marcante do MC oficial da comunicação, "ele" já estava por lá. Estava quieto, é verdade. Uma presença discreta que precedia os grandes momentos da noite. Mas esses momentos ainda teriam que esperar, pois a galera continuava comendo. Como reunir jornalistas, RPs, publicitários e produtores de mídia audiovisual em uma boca livre e exigir pressa na hora da refeição?

O mestre raposão (aquele mesmo, que tudo sabe, tudo vê) encaminhou a turma de comunicadores famintos até a arena de batalha. Corpo satisfeito, era hora de alimentar a massa cinzenta. "Ele" subiu ao palco, depois de alguns longos minutos de anúncios, pronunciamentos oficiais (mestre raposão e microfone: uma combinação perigosa) e muitos aplausos. Agora o momento era "dele". A postura lembrava a de um general. Mas o discurso contradizia a imagem inicial. Falando sobre comunicação em redes, lembrava que sobreviver nesse mundo perigoso e misterioso da internet é um desafio diário. A terra dos pássaros azuis e da baleia voadora também foi assunto recorrente.

A arena tinha um bom público. Não estava lotada, é verdade, mas era um número considerável de guerreiros da comunicação. As golfinhas vagavam de um lado para o outro, tentando deixar tudo perfeito. A Harpia Rainha, esposa do mestre raposão, também acompanhava o evento de seu trono real. Mas o silêncio ainda imperava no ar. Será que, em um grupo tão grande de guerreiros/comunicadores, ninguém tinha uma pergunta a fazer a "ele"? Novos fatos eram apresentados pelo convidado, novas pesquisas, novas visões sobre os mundos - o nosso e o da internet. Visões que nem sempre agradaram a todos os soldados e comandantes presentes. Mas, ainda assim, visões concretas de um mundo sólido que, a todo instante, desmancha-se no ar e vira bit.

Vídeos, flashs, risadas e momentos de tensão acompanhavam cada grande momento da fala do convidado. E ainda assim, o silêncio tomava conta. "Perguntas, por favor!", suplicavam mentalmente os organizadores. Anotei algumas curiosidades trazidas pelo visitante e resolvi arriscar um questionamento. Talvez uma pergunta fosse o suficiente para iniciar o tão esperado "diálogo", até então, sintetizado em um monólogo. Uma chuva de indagações sucedeu a tensão inicial. Uma única pergunta foi o suficiente para desencadear mais uma hora de discussão. Ao fim da conversa, "ele" estava cercado. Não por inimigos, mas por curiosos, comunicadores ainda famintos pelo saber.

Após as últimas fotos, os últimos agradecimentos, os últimos flashs, "ele" foi liberado para descer em direção à COHAB4, um complexo habitacional que abriga e alimenta os guerreiros mais humildes diariamente. Um local em que a alegria toma conta e os quilos multiplicam-se rapidamente. Na COHAB4, esperou pelo carro. Paparicado por focas e golfinhas, sorriu e esvaiu-se no ar. E seu nome não precisou ser lembrado. E suas palavras, certamente, não serão esquecidas.

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