domingo, 6 de dezembro de 2009

Divagando sobre a amizade

Como disse certa vez Martin Luther King, ao meu ver, uma das mentes mais brilhantes e justas do século passado, "o amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo." Amizade é amor. É um amor diferente daquele que sentimos por nossos familiares. É diferente daquela relação homem-mulher. É um amor em que não importa credos, posicionamentos políticos, sexualidade. Alguns dizem que "amigos são os irmãos que podemos escolher." Para outros "amigos são anjos que nos deixam de pé quando nossas asas têm problemas em se lembrar como voar." De qualquer forma, amigo de verdade é aquela pessoa com quem podemos contar a qualquer hora do dia. É aquela pessoa que estará ao seu lado nos jantares e que não desgrudará de você quando estiveres com um problema. É aquela pessoa que te apoia mesmo quando você faz algo errado. Te compreende, escuta, aconselha, e não te julga. É sensível o bastante para perceber pelo teu olhar, pelo teu tom de voz ou simplesmente pela tua presença, quando as coisas não estão indo tão bem. Amigos são seres raros e especiais. Ter um amigo é ter um tesouro, muitas vezes ambicionado por muitos. Só que amizade é amor. E algumas vezes, a linha tênue entre amor/amizade e amor/paixão é ultrapassada, mesmo inconscientemente. Não dá-se conta de que as coisas estão se confundindo. Mas aquele convívio é tão especial. No fundo, se sabe o que está acontecendo, mas é difícil admitir. Não se quer aceitar que aquela amizade, um sentimento tão puro, verdadeiro, se transforme em uma paixão. Não se pode aceitar que aquela confiança e o desejo de estar um na presença do outro, esteja se transformando em desejo de estar um nos braços do outro. Só que tudo continua mudando. Ela ainda te trata da mesma forma, como a amiga especial que sempre foi, mas agora seu olhar mudou. Você sabe que está apenas confundindo as coisas, mas cada vez que sente a presença dela, seu perfume, seu abraço; cada vez que lembra do seu olhar - aquele olhar que parece ver sua alma - surge uma esperança. "Talvez não seja ilusão", pensa-se. Mas é. Quando se volta à realidade, percebe novamente que está apenas confundindo as coisas. Aquele jeito meigo, inocente, aqueles olhos doces, o sorriso, conjunto de fatores que encantaram, envolveram, hipnotizaram. De repente, a amizade se fragiliza. Aqueles, antes amigos queridos, agora se afastam. No fundo, se sabe que ela te adora e que deseja sua amizade acima de tudo. Mas não é mais possível se sentir a vontade. Mas por mais que se negligencie, é impossível esquecer. "Mostre-me um homem que não seja escravo das suas paixões."(William Shakespeare).

Um comentário:

  1. Aff... já senti isso!!! Momento identificação total! ;) hehehehe... saudades desse tempo! Mas tudo passa... felizmente a gente é feito de fases! E tanto boas quanto ruins, ambas são passageiras! E quando ainda não aprendemos, elas voltam pra nos ensinar definitivamente!

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