terça-feira, 17 de março de 2009

O último idealista

As aulas de teoria sempre me deram sono. Mas na última sexta-feira, 13 de março, tive meu primeiro confronto ideológico com um professor realmente digno de comentários. É claro que sempre questionei alguns aspectos levantados por professores de outras disciplinas, mas nenhuma discussão havia despertado em mim tanto interesse como a da última sexta.

Acho interessante relatar os fatos para facilitar a compreensão do leitor. A aula era sobre Teoria da Comunicação. Estávamos em um debate sobre um autor e sua visão um tanto quanto pessimista da realidade midiática contemporânea. Um papo legal entre alunos e professora, relatando seus pontos de vista, opiniões e críticas. Tudo muito tranquilo e interessante.

De acordo com a teoria em questão, tudo o que é relatado na televisão é pré-montado. Foi usada então uma comparação. Comparou-se a telenovela à morte do piloto Airton Senna. Na telenovela, tudo é planejado em laboratório, jogos de luz propriamente arranjados, posições de atores pré-estudadas. Segundo a discussão em aula, a morte do piloto também seria apenas um espetáculo televisivo. A preocupação não seria passar a informação sobre o acidente, mas apenas espetacularizar o fato para atingir o telespectador de forma mais eficiente.

Discordei. Será mesmo que esse é o destino do jornalismo? Ou será que sempre foi assim? Temo pensar que não passamos de meros “decoradores” de opinião. Após a aula refleti sobre aquilo que sempre acreditei ser o real jornalismo. Um colega disse que eu devo ser o último idealista, que ainda acredito ser capaz de mudar o mundo. E acredito. Serei mesmo o único?

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