sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A vida na sexta-feira 13

Deveria ser um dia normal. Mas não é, e sabemos disso. A sexta-feira 13 é um símbolo popular do azar, mas mais do que isso, é um símbolo das incertezas. Parece besteira, mas muitos deixam de assistir filmes de terror em uma sexta-feira 13. Não é medo, é precaução. Afinal, ninguém acredita em bruxas, monstros, vampiros (vampiros tradicionais, não esses que brilham como fadas), mas que eles existem, existem.

Superstição é a palavra da moda nesse dia. É como se todos assumissem suas dúvidas perante o inexplicável. Ou, para alguns, o momento de demonstrar toda sua bravura, pronunciando palavras enfadonhas diante um espelho, à meia-noite, visitando cemitérios, atravessando portais místicos localizados em baixo de escadas, encarando gatos pretos, sem medo ou receio. Sim, hora de demonstrar ao mundo toda sua ousadia.

Aliás, tudo que fazemos numa sexta-feira 13 parece diferente do comum. É como se fugíssemos da rotina, mesmo que tenhamos um dia rigorosamente igual aos dias anteriores. Mas aquela sensação de que é um dia de azar, um dia em que a superstição está em todos os atos e lugares, nos transforma, e transforma nosso dia. Eu mesmo acordei após um pesadelo. E nunca tenho pesadelos. Exceto hoje.

Todos os dias deveriam ser tratados como uma sexta-feira 13. Com a mesma superstição, a mesma sede por algo diferente. Uma tentativa de fuga da rotina. Talvez as coisas deixassem de ser tão chatas e fossem mais interessantes. Sentir medo, alegria, frustração e esperança em um mesmo dia, todos os dias, não é um crime, mas uma missão. Mostra que vivemos com intensidade. Muito melhor do que simplesmente sentarmos enquanto a vida passa.

Um comentário:

  1. Adorei. Simples assim. Ahh eu também acredito nos vampiros de verdade, não nesses primos da sininho.

    ResponderExcluir

Jovem Foca