sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Manual do Estagiário - Capítulo II

Contexto Sócio-político-econômico-cultural

Antes de ler mais dicas de sobrevivência, é importante que o estagiário entenda o contexto em que está inserido. O estagiário é o ser mais amado da empresa. É sério. É lógico que não estou falando do estagiário/pessoa, mas do estagiário/função. Você, enquanto estagiário, não possui significado algum para seus superiores. O que realmente interessa é a função realizada, e não quem a realiza. A verdade é que todo chefe de departamento adoraria ter tantos estagiários quanto possível.

É a lei de mercado a seu favor, caro estagiário. Recebendo a miséria que recebe, você se torna muito mais útil do que aquele funcionário que trabalha há 30 anos na empresa e que está prestes a se aposentar, ir embora e receber todos os seus direitos trabalhistas. Até porque, ao contrário de você, ele possui direitos trabalhistas. Pense bem. Você ficará na empresa por quanto tempo? Dois anos, sendo otimista? Dois anos recebendo metade de um salário mínimo e trabalhando por 3 pessoas.

Mas, se serve de consolo, agora você tem direito a férias. Sim,  finalmente a legislação pensou em você. É claro que, dificilmente você sobreviveria 1 ano inteiro (tempo necessário para se ter direito a férias) trabalhando em um mesmo local. Ainda mais depois de descobrir que aquela estagiária gostosa do RH - em quem você está de olho desde o primeiro dia - está transando com seu chefe. E contenha-se! Não caia em desespero. Não tenha um surto de cólera e agrida seu chefe. Ou, pensando bem, não precisa se conter. Você não perderá seus direitos ao ser demitido por justa causa mesmo. Feche bem o punho e dê um murro no nariz dele. Agarre a estagiária. Mostre que é você quem manda. Depois disso, acorde e volte ao trabalho. E reze para que ninguém tenha te visto cochilando no meio do expediente.


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