quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quando política era mitologia

Todos os problemas da sociedade moderna começaram com os Deuses da mitologia grega. Não estou exagerando, é sério. A compra de votos, por exemplo, nada mais é do que uma prática milenar inventada por três das mais lindas Deusas. Tudo começou quando a Deusa da Discórdia deixou de ser convidada para um casamento. Invejosa, resolveu ir escondida à cerimônia e plantou um pequeno "mimo" (um pomo de ouro) com os dizeres "à mais bela". Na festa estavam as três grandes beldades do Monte Olimpo, Hera, Atena e Afrodite, e todas queriam o agrado para si. Foram até Zeus para que ele decidisse quem era a merecedora do prêmio de "a mais bela dentre as Deusas". Mas ele, como não é bobo nem nada, não quis ser o jurado. Desceu à Terra e escolheu um pastor para julgar quem ficaria com o prêmio.

O pastor era ninguém menos que Páris, príncipe de Tróia, irmão de Heitor e filho do rei Príamo. Ele vivia como pastor porque, logo após nascer, seu pai consultara um oráculo que anunciou a queda de Tróia caso o menino vivesse. A mãe do pequeno príncipe exitou em matá-lo e o entregou a uma família de camponeses. Assim, Páris cresceu como um pastor e via-se, nesse momento, diante de quatro divindades. Zeus deixou a decisão nas mãos do pobre príncipe/pastor. O voto deveria ser sem pressão alguma, e as candidatas não poderiam falar com o jurado. Mas afinal, quem dá atenção às regras? A primeira a desobedecer foi a própria rainha do Monte Olimpo. Hera ofereceu toda a riqueza e poder que um mortal pode querer. Depois, Atena veio fazer sua proposta. Ela prometeu dar ao rapaz todo o poder de batalha e sabedoria jamais vista. Por fim, a encantadora Afrodite ofereceu o coração da mulher mais linda da Terra. A criatura mais doce e angelical que já vagou entre os humanos. Ao fim do dia, Zeus retornou. A vencedora era Afrodite.

Páris comprou briga com duas das criaturas mais poderosas da mitologia. Mas o prêmio parecia valer a pena. O coração prometido por Afrodite era da bela Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Alguns anos se passaram desde a decisão de Páris e a promessa da Deusa do amor. Ele, que antes era um pastor, agora já era reconhecido e abençoado por seu pai como príncipe de Tróia. E como príncipe, fora designado a uma viagem diplomática à Esparta, na companhia de seu irmão. Ao chegar, viu a bela Helena e apaixonou-se imediatamente. Ambos fugiram rumo a Tróia, enfurecendo Menelau. Com o apoio de Agamenon e Nestor, mais de mil navios foram enviados para recuperar Helena e a honra do rei espartano.

Helena foi recebida como uma verdadeira princesa troiana e protegida como tal. Os gregos tentaram de todas as formas invadir a cidade usando a força, mas falharam. A chave para vencer a guerra era usar o cérebro. Heitor foi o principal soldado troiano, mas pereceu nas mãos de Aquiles, a grande arma dos gregos. A guerra durou semanas, matou milhares de guerreiros e eternizou heróis. Helena de Tróia é vista como a principal culpada pelas sangrentas batalhas, mas poucos lembram que tudo ocorreu porque, certa vez, um humilde camponês aceitou vender seu voto.

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