domingo, 12 de fevereiro de 2012

A infografia multimídia e os recursos da rede

Não posso negar que sou fã incondicional da equipe de infografia do Estadão. Convenhamos, eles sabem como tornar uma informação mais simples e atraente usando o infográfico e a interatividade como recursos. A paixão começou quando fui apresentado a este infográfico, eleito o melhor infográfico do mundo em 2010.


Há ainda outros excelentes infográficos que posso destacar. Um dos meus preferidos é este, que faz uma linha do tempo com as características de todos os presidentes brasileiros, desde Marechal Deodoro até Dilma Rousseff. Um infográfico essencial para quem quer estudar um pouco mais sobre a história do Brasil.

Ao longo do ano passado, procurei em alguns outros portais, mas em nenhum consegui ver um trabalho tão consistente e complexo quanto o que é desenvolvido pela equipe do Estadão. Entretanto, nos últimos meses, com a correria do fim do semestre na faculdade e a preguiça adjacente às férias, parei de acompanhar o trabalho tão de perto. Confesso que fiquei surpreso, esta semana, ao ver dois infográficos sobre o carnaval do Rio de Janeiro.

O primeiro deles é do portal Ig, uma iniciativa muito bacana que oferece ao internauta a oportunidade de comandar a bateria de uma escola de samba (da escola Grande Rio). Neste caso, a informação não foi o foco, mas sim o entretenimento e a interatividade. É claro que é possível também acompanhar os bastidores da produção do infográfico e ver a entrevista com o mestre de bateria, mas, claramente, o objetivo do infográfico é o entretenimento.

o segundo foi produzido pelo Estadão. Apresenta uma nuvem com os nomes de todas as escolas da categoria principal. Ao clicar, abre-se uma janela com a letra do samba-enredo da escola, um áudio de aproximadamente 30", além de uma foto da Rainha de Bateria e algumas poucas informações sobre a escola.

Confesso que fiquei um pouco decepcionado. Não por considerar o trabalho ruim, mas por acreditar que, tratando-se de uma celebração especial, acredito que caberia um infográfico melhor produzido.Além disso, o infográfico do Estadão não tem o objetivo de entreter, mas também não possui a capacidade e o conteúdo necessário para informar. Por fim, não é um trabalho com o mesmo nível dos demais que já vi nas mãos da equipe.


Mas, deixando de lado minha opinião sobre o nível de desenvolvimento de ambos, me incomoda saber que infográficos como estes são exceções. Por mais que eu acredite que ambos os trabalhos poderiam trazer mais informações, o que realmente me intriga e preocupa, considerando que já estamos em 2012 e que a nova geração de jornalistas tem um leque incrível de opções de softwares (sejam eles pagos ou gratuitos), é a escassez de infográficos interativos.

Penso na infinidade de recursos desperdiçados ao ver um infográfico estático na internet. A verdade é que boa parte dos comunicadores ainda não se adaptou às novas possibilidades. Mas, se alguém pretende conquistar essa nova geração de leitores - uma geração que nasceu e cresceu multimídia e que vive mais tempo conectada do que no mundo off -, a postura precisa mudar.

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