sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Jornal da Globo e a coluna "Conecte"

Para quem está sempre conectado, é difícil encontrar uma matéria sobre tecnologia veiculada por uma emissora como a Rede Globo que não pareça defasada e repetitiva. Em geral, obtemos aquela informação através de mídias alternativas, com links nas redes sociais que nos levam a blogs especializados (muitos deles, bastante confiáveis). Mas em alguns casos, os veículos tradicionais ainda conseguem nos surpreender e chamar nossa atenção.

Um exemplo disso ocorreu comigo no dia 10 de janeiro, assistindo ao Jornal da Globo, último programa jornalístico da emissora do dia. O tema da edição semanal da coluna Conecte era "tecnologia 4G".



Confesso que, ao ver as chamadas, fiquei um pouco incrédulo. Mas ao assistir à reportagem, tive uma grata surpresa. Definitivamente a Rede Globo não apenas é a maior emissora do país como também possui alguns dos melhores jornalistas do Brasil.

Se no telejornalismo "imagem é tudo", então a passagem de Renata Ribeiro, que dá início à reportagem, não poderia ser em um local melhor: o Museu do Telefone de São Paulo. Com um texto que brinca com a ideia de que um celular simples já é coisa de museu, ela prende o espectador e resume, em poucos segundos, a ideia que a reportagem quer transmitir.

É claro que a qualidade dos repórteres não é o único fato louvável nessa reportagem. Afinal, para se fazer uma matéria recheada de infográficos, dividida por três renomados repórteres (Renata Ribeiro, Jorge Pontual e Roberto Kovalick) em 3 países diferentes (Brasil, Estados Unidos e Japão) e com um leque de outros profissionais como editores de vídeo, produtores, câmeras, todos sabemos que é preciso ter estrutura.

Neste caso, não apenas estrutura financeira, mas também estrutura editorial. Afinal, como podemos ver nos créditos da passagem de Renata Ribeiro no Morumbi (gravada no dia 21 de setembro de 2011), a pauta estava em produção há, no mínimo, três meses. E convenhamos que, investir 3 meses em uma pauta, não é um luxo do qual todos os veículos podem desfrutar.

Enfim, meus amigos. O bom jornalismo (aquele jornalismo em profundidade do qual ouvimos tanto falar na faculdade, com tempo dedicado a estudar a pauta, a produzir infográficos, a pensar em como tornar a reportagem simples sem ser simplória) ainda existe. É claro que é mais fácil fazer algo com qualidade quando os editores aceitam investir. Mas, não nos deixemos abater: mesmo nós, com recursos limitados, podemos fazer boas reportagens. A questão é saber adaptar o olhar trabalhar com os recursos - mesmo que escassos - disponíveis. Em outro post, prometo trazer alguns exemplos do que é possível fazer mesmo sem recursos.

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